Eu sei
Não se deve deixar
Iludir
Tão pouco
Se alguém do passado
Voltar

Mas tu
Adentrastes no bar
Me vistes
Refeita e me destes
Um olhar
Sedutor e comum
Aos homens cafajestes

Lembrei
O que a desilusão
Já me fez passar
Comi o diab

Não chora menina
Que o tempo te mostra o que tens
Espera o ano que vem
Verás que és tão pequenina

Diante de toda a calma
Que a vida exige de nós
Pois estamos sempre a sós
Andando num corpo sem alma

Sou mulher
Sou mainha
Sou dona de casa
E aquela vizinha
Sutiã e calcinha
Me enfeito de blush e confesso que já tá na hora do mundo saber

Sou Leblon
Sou Rocinha
Às vezes sou faca
E às vezes bainha
Sou cavala marinha
Sou feita da sua costela
Sou el

A tinta que colorirá
O céu borrado de carvão
Claro que derramará
Respingos pelo nosso chão

E aquelas ideias
De cores
No quarto
A me acender

Deixa as cores
Pintarem a gente
Para a gente ver

Se você quiser
Eu posso ser seu par
Até que a luz

-Como é que tá?
-Como é que vai?
-Quanta saudade de você
-Eu já nem sei como é que é te abraçar
-Pois é, nem eu

-Eu ando bem, fui viajar
-Parei um pouco de beber
-Ontem pensei em te ligar
-Mas se esqueceu
-Pra você ver

-Mas e aí? Me conta mais
-Não

Quando lhe toco presumo
Se o seu dia foi mal ou bom
E assumo
Todas as obrigações
Essas obrigações
Que dizem que um homem tem

Quando lhe vejo imbuída
Em me dar o melhor de si
Vamos juntos
Onde o galope nos for
Seu cheiro lembra uma cor
Que só sua boca

Eu vou-me embora" pro sertão
Atrás de Maria
Eu vou viver essa paixão
Que é tudo que eu queria
Desde aquele dia
Lá na romaria
Onde eu vi Maria
A primeira vez

Desde aquele dia
Só vivo pensando
Se por um momento
Ela já queria
Vir viver a vida
Se

Penso
São as fotos que você
Me deu adeus
Com os seus que já não me pertencem mais

Sentimentos
Nossos planos
De alguma forma, não sei

Ando só pelas calçadas
Já não creio mais em nada
Além de mim

Que hoje vivo sem saber
Se o amor dos homens
É c

Cor da luz do clarão
Breu do fundo do rio
Paz do sim
Desavença do não
Tudo nada sutil

Qual de nós? Quem imaginaria
Que isso iria além?
Quem diria?

Somos um em nós
Na travessia
De tudo que há em comum em nós

Dêrna que dêmo de peitá cum os mendes têmo
Caído in tanta cruzeta covarda
Que as ispingarda lá de casa véve
Chêa de chumbo e pelaquí de póiva
Causo de que nanova era noiva mais tóta
E fôru uns mendes tumá ela dele
Maiáro ele e leváro ela a pulso
Aí nois disimbestamo a

Tanto lugar nesse mundo
E fui te encontrar
No meio de Caruaru
O verde dos meus nos teus
Gasolinados olhos
Cores de caramuru

Dalí pra de manhazinha
A gente já tinha
Ido até onde não dá
Sorrindo suas verdades
Acabei virando
Eu

Um senador sem mand

Haja visto severina
Embora ela não foi embora
Não pôde ficar

Depois de moer o mundo a braço
Ainda havia braço
E nada pra abraçar

Não saia pra a rua
Não me atravesse
Não morra de nada
Nem se interesse
Por nenhuma estranha
Por nenhuma outra

Não vê que eu sou sua
E nem que eu só fosse
Um amargo presente
Um dia já fui doce
Reveja seus planos
Me aceite de volta
Me queira em seu

Olha, lá vem ela de novo
Me prometendo uma vida plena pro ano novo
Veja lá quem já vem
Me prometendo felicidades pro ano que vem

Olha, lá vem ela de novo
Me prometendo uma vida plena pro ano novo
Veja lá quem já vem
Me prometendo felicidades pro ano que vem

Eu

Tarde demais
Já me fiz entender
Preciso me desatar de você

Fiz o que foi
Impossível aceitar
Prefiro até me conter nem falar
Não posso mais
Já conheço esse fim
E essa louça só sobra pra mim
Leva pra lá
Todo esse peso que a gente não pode aguentar
Deix

Marina é de mar
E eu não vi o mar
Ainda desde abril

Se nina adivinhar
Que eu não sou de mar
Que eu sou mais de rio

Será
Que nina vai querer
Vir ver
O riacho passar?
Não quero lhe magoar

Não sou atriz
Não canto
Não danço
Em boate de noite
Cheia de macho
Não lavo roupa

Não passo
Não varro
Não esfrego
Nem vou pro fogão
Eu não sustento
A família inteira
Vendendo perfumes da Avon
Eu não sei quem sou

Não sou bonita
Bonec

O que faz a gente mal
Faz tudo virar um caos
Vira nosso maior medo
O pior desprezo
Não deixa dormir

Gosto amargo coração
Apertado ser que tem
Alma presa na garganta
Todo ser que canta
Traz a dor em si

Alma presa na garganta
Todo ser que canta
T

Deixo meu sonho de vida
Pra sempre de lado
Olho de lado e revivo
Os sonhos que eu tinha
Minha velha sina eterna
De aspirar
Pó das ideias

Frases e letras e músicas
Inacabadas
Coisas imortalizadas
No vão da gaveta
Minha máquina
De datilografar

Pra quem pisou os pés em terra seca
E só tinha seu eco no oco desse mundo
O mar lhe parecia algo tão distante
Nem raso, nem doce, salgado e nem profundo

Tão vasto quanto o céu
É o chão pra caminhar

Achei o mar bonito de se ver!