Eu queria ler
Os livros que escrevi
Ver os filmes que já vi
Contar uma longa história

Como equilibrista
Me desdobro em dois pra compensar
A falta de talento
A falta que você me faz

Onde estão
Teus convites pra fugir
Viajar pra algum lugar
Que eu ai

Desvios não me metem medo
Nas curvas tenho os teus segredos
Em minhas mãos
Estou aos seus pés

Perfumes da madrugada
Da janela da sacada eu vejo o céu
Decorando a praça

Então vem, pra eu te abraçar
Se não vier vou te buscar
Você não tem escolha

Conver

Sempre foi assim
Já tanto faz
Antes eu contava os dias
Tem meses que eu não conto mais
Pra algum lugar eu vou

Não tem hora certa
É só abrir a porta e voar

Talvez faça sol
E o jeito é se entregar
Vem fugir comigo
Pra qualquer lugar
Pra algum lugar e

Da janela da varanda ainda dá pra ver
Os brinquedos espalhados no jardim
Você brincando sem saber do mundo
E as vezes procurando abrigo em mim
Sorri e corre pra me abraçar

Depois no fim do dia
Um dia um tanto quente
Em frente à televisão
Seus olhos resistem

Às vezes você passa do ponto
Eu fico sem saber como devo agir
Mas ontem você exagerou tanto
Que acho bem melhor não te encontrar
Nesta semana

Ontem você banalizou tudo
Esta manha não vou tomar um café com você
Me senti um pouco de lado
Virei pro lado na cama

Ouvi alguém chamar
Quando eu vi já foi entrando
Sem pedir licença
Pro meu coração

Sem eu nem notar
O meu nome foi trocado
E eu passei a ser chamado de "meu amor"

Não sabia
Se era sorte o que eu já tinha
Ou se era a alegria
Na hora de encontrar

Ou

Eu tenho pena de mim
Hoje eu posso me entregar
Mas tenho pena
Eu já sei que vou errar
Mas não consigo
Não consigo aguentar

Eu tenho pena de mim
Hoje eu posso me entregar
Mas tenho pena
Sei que os outros vão falar
Mas eu consigo
Eu consigo aguentar

Vem revisitar o melhor lado teu
Vem aproveitar que hoje eu to de folga
Em qualquer lugar basta a gente combinar e chegar chegando

Vai ser como cortar o vento
Vai ser um mergulhar em piscina de algodão

Vem de novo tentar só mais uma vez
Agora a gente chega
Domingo

Se for preciso
Posso vender o fogão lá de casa
Ou trocar os cascos vazios
Por uma gota de calma

Se fosse dinheiro
Fosse dinheiro, eu roubava
Ou trocaria a minha alma
Por uma moeda falsa

Mas, se for preciso
Eu posso ser melhor

Quando o amor acaba

Eu não vejo a hora
De colher las ciruelas
De sair nas ruas
Sentir o seu calor

Já estava em tempo
De guardar os meus casacos
E botar uma sandália descolada
Pra sair

Vou subir pra esperar
Sem guarda-chuva
A chuva chegar

E na madrugada, lua linda e