Ela não sabe dos meus sonhos
Das algarobas que escondo
Nas minhas águas

Ela não sabe dos meus medos
Eu já não conto nos dedos
As minhas mágoas

Eu sou açude
Que sangra de madrugada
Minha alma inquieta acordada
Extravasa agoniada

Ela não sabe dos meus

Não, não diz o motivo que há.
Eu sei é tristeza que molha o olhar
Morena eu vi de perto
A gota, esta dor.
Brotar.
Escorre a cor dos olhos D'água teu
No rio Sanhauá

Alegria
Da canção
Esqueceu
De tocar em teu coração

Alegria
Ilusão
Respingou<

Augusta noite traceje clara
Um belo sonho na retina intacta
Meus tristes olhos não adormeceram
Insônia bruta meu desassossego

A mente luta
Na noite escura
O claro instante, eu acordado..
Insônia inteira
Vou assistindo a madrugada
E a escuridão
Documentár

Vida aos versos
Provérbios
Com rimas diversas
Desertas
Onde eu me escondo solitário
No incerto
Transformo curva em linha reta

Vou me entregar ao viver hiperbólico
No baluarte melódico
Vou me entregar ao viver hiperbólico
No baluarte melódico

Na lin

Ah essa vontade de viver
Como quem mora na canção
Abrindo portas transparentes
Mãos, corpo e pensamento

Ô quem ja provou o caminhar
Por tais caminhos loucos
Quem ja ousou confabular
Sobre destinos
Não vai aturar
Conviver
Trafegar
Numa estrada de vida

Tudo de mais belo cresce
Minha dor
Perdura
Tudo que pular da boca
Pouco transfigura
Nada de tudo que falo
Reflete a razão
Estar ao lado teu
É confusão
Estar ao lado teu é confusão

Tudo de mais rude cresce
O ciúme flutua
O belo triste faz..
Tr

Violões e relógios, bonecos
De corda
No compasso
Marcando
O tempo pra você

Minha boneca e senhora
Vê se a tempo acorda
No compasso
Cantando
O tempo pra você

Eu te prendi na redoma
Do mundo das horas
Corto a corda
Parando o tempo pra você

Vou me desfazer
É tempo agora
Cada
Pedaço que sou
Eu trouxe
Um certo minuto de amor
Todo e qualquer rancor
Saudades da vida
Que não fiz
Ah! Mas vi
Aqui,
De pensamento...

Ah eu vou correr
O tempo agora
Todo segundo
Que foi
Não coub

Disseram aqui
Que o lado de lá é diferente
Se eu tiver de ir
Agora
Não sei o que vai dá
Se vai dá pé
Se vai dá pé fazer bom tempo

Não to nem ai
Eu vou mergulhar inconseqüente
Da queda se anunciar
É hora
E sei que não vai dá
Se vai dá pé?
Não

Por favor não feche a porta
Não precisa escancarar
No espaço de uma fresta
A melodia vai passar

Saudade forte
Ecoa mole
Vem sorrateira no meu peito espalhar
Dor de alegria
Tinta que colorirá
Quadros que minha memória emoldura e me apresentará

Pinacotec

Tem um ar
De beira de mar..
Pisciana, inconstante,
Hipoglicêmica...

Aparência
De anoitecer
Desce lenta, um encanto
Um jeito de ser

Transversal
A colher
Todo rastro de cor
Que parece chover

No quintal,
Tem fruteiras e tal
E um mar

É meio menino de rua a se divertir
Vive no meio da rua do início ao fim
A lua ilumina o seu caminhar
Calçadas, ilusões, carros a buzinar...

Aqui ou ali?
Onde inventou de surgir?
Às vezes tem que correr
Lutando, brinca o viver...

E observa putas trafegando ali<

Ô menina
Qual é a tua?
Olha se a nuvem dissolver-se no céu
É queda
Vem
Rodopiar em terra firme
Há de encantar
Subverter
O caos...
Ooooo oooooo caos...

Ô menina
Qual é a rua?
Ai que deu vontade de subir a pé
A serra
Nuvens, algodão, marqui

Devagar, sem pressa me ouve.
Sinta tocar na pele a brisa
E o mar da noite
Ecoa no ar
Um canto pra mim
Teu hálito
Um perfume cheirando a jasmim

Teu sopro leve
Eriça a pele
Transforma odor em fato plano
Mistura o contratempo,
Um vento devagar
Com a

O mar amanheceu cheio de flor
Lavando os corações dos negros
Eu vou molhar os meus cabelos
Nas tuas águas, janaína meu amor

Ontem de noite eu
Conheci a rainha do mar
E esse "negro" agora
Não quer me deixar
Nem os tambores, atabaques,
Nem os orixás
Minha

O caso é serio
Você corre um grande risco,
Assim
Imagina, nunca mais
Eu sair
Do seu rastro
Pés descalço, pés descalços vou...

Todo mistério
Quando corro neste trilho
Ai...
Imagina, nunca mais
Colocar um sapato
O contato, novos passos dou...

Um passarinho rosa pousou na minha mão
E cantou para mim
Uma linda canção

E depois voou em direção ao sul
E o rosa se perdeu no azul

A menina de vermelho veste
A menina que vermelho usa
Um personagem encarnado
Vestido caqui
Deixa a cor de seus rastros, por
aqui.

O vestido sobre a tua pele
De um vermelho que o coração pulsa
O meu tapete encantado
Estirado pra te
Vem desfilar teus passo

Sou do teu povo
Que enredo samba
Que cai na bossa
Solta a voz
Quando a dor, dói

Ofereço a ti um samba novo
Letrado de beijos
O mormaço
Do abraço apertado que hei de sentir

Quando recordar do samba-coco
Ralado de beijos
Em teus braços
O abraço a

Lembra?
Assuntos qualquer
Cigarros café
E a madrugada
Andava apressada
A bailar

Ei vá viver,
E não
Não volte atrás

Lembra?
Sofá apertado
Um cantarolar
Entre comentários
Hablava apressada
A bailar

Ei vá viver,
E não
Não vol