Melodia da fumaça
Passando pelos feixes do sol
Os adesivos autocolantes
Os biscates da sociedade de consumo
O curto do som sendo descascado
Na interferência do caos

Não adianta sentir a dor
Da orelha de Van Gogh caindo

O barulho do cobre
O carimbo de pago

Ali tem um ruído
Ali tem um concreto
Ali tem idéias espalhadas no ar
Um político mudou de roupa
E uma comissão foi nomeada
Quantos bits a mais
O mercado engordou
O gabinete já sabe o que vou escrever
A mente humana não repousa
Os mosaicos aumentam
Newtonlo

Pague o preço e não sufoque
Agonize lá no seu canto
Não meta mais os pés pelas mãos
Assim tão facilmente
Sar demente diariamente sá azia
Todo aquele Zeus e ela pouco Hera
Quando a musa usa o falo dorme-se bem
Não ponho o teu nome na canção
Aquela penumbra
Deix

Onde foi parar minha alegria disfarçada
O meu sorriso a toa, que me distraia
Será que eu mesmo devorei a minha agonia
E vomitei pensando que ria, mas chorava

Não se culpe nem se poupe
Deite-se, vire-se música
Deite-se, vire-se
Deite-se, vire-se música
Deixe se m

Eu sinto saudades daquele brechó
Eu sinto saudades daquele abajur
De quando era tudo tão desarrumado
E a gente se via no meio do breu

Cores, dores e tantos pelos e zelos
Por tantos amores e cores e tantas dores

Ele se enfeitava com desatenção
Ela suportava o adere

A imagem paralisou
Mas as pernas do tempo continuam a caminhar
Nunca se está naquele mesmo lugar
Que rumo o acontecido tomou?
O olhar imobilizado
A beleza lírica e singela
Se eu fosse um pintor copiaria a sua boca
Mas fotografias não revelam a voz, e o odor e o ardor<

Entre paredes
Quatro cantos não bastam
A imensidão
Não está escondida no obscuro
Então porque fechas tua mente?
Não existe mais
A vontade de crer
No que está em nossas mãos
A brisa atinge
Apenas aos mais aptos
Propícios a difamação
Então porque fechas

Aqui jaz memórias póstumas daquele amor
Num dia de alcatrão meio febril
O amor acaba assim, acaba comigo
Acaba ruindo e vai parar num porão
Até virar consolo, até virar canção

A tristeza cansada agasalhou e cansou de virar confusão

Ah! essas mazelas sociais
Tão ridículas e maiúsculas
Toda essa construção civil
Todo esse ruído ouvido que não te deixa em paz
Mas se não entendes
Um termo das palavras do que venho te dizer
É porque robotizaram a gramática
Ondularam a linguagem quase tática
E alg

Os compositores
Os poetas e infratores
Insistem em caluniar
Na canção maligna
Na frígida mortalha
De quem não sabe ocultar

Quando eu não tinha mais lamento
E andava feito um bobo sem tormento nenhum
Não que eu precise de desespero para viver
Mas levo teu cór

Sentado no meio das formigas
Não percebi o poder em minha volta
Desprezei seres insignificantes
Ignorei a sua organização

Perdi a minha retaguarda
Tomaram conta do meu corpo
Sem perceber estava dominado
Me causaram uma irritação
Me expulsaram de sua civilização<

Se a inquietação é uma maneira de suportar
Nem tudo que é perecível é visível
Vai perambular pra expurgar esse ar nocivo
A vida é ilusão
Mas deve ter amor sem sangrar
Se a catarse dura mais do que a alegria
Não andes por ai desperdiçando
A raridade
Que passa sem n

O desassossego dá no saco
O sossego deixa um vácuo
A turbulência me vicia
A calmaria até que causa empatia

Tom zé, arrigo barnabé
Como é que abre o porão?
Como é que a gente sai de lá?
Como é que faz pra voltar?

O anonimato dá bronquite
Esquizofrenia e uma

Ela hiberna e eu caminho
E enquanto não nos encontramos
O que resta é a bagaceira
Canseira de fel e solidão
Em plena multidão
Dança, que agora eu vou beijar
Canta, e vem me sussurrar
A tua paria me pega
A tua saia me cega
Então abre ela pro veneno circular

Suma de ti
Pobre cavalo de pêlos dourados
Derrube as grades que insistem
A condenar-te dentro de ti

Cuidado com as águas enferrujadas!
Que mentirosamente apresentam poderosas venturas

Penetre apenas caro ser quadrúpede
Ao que representa ao que representa o passa

Todo preto dança funk
Todo preto dança rap
Todo branco dança soul
Todo branco dança reggae

Mas os asiáticos
Não são amarelos, todos eles
Só não quero
Escorregar pela calçada,
Dar de cara no muro
E quebrar minha garrafa

Todo branco dança branco
Todo

Penso alguma coisa pra fazer num ano bom
Lembro de Veneza pra tocar
Quero registrar as amizades, cantorias, poesias
Discutir sob o luar

Mesmo que o verde seja falso
Que o cinza prevaleça,
Que eu não pare de falar
Mesmo que a rima seja curta
E que a falta da lab