Argila
Cordial demais pra ser honesto
Não vem jogando peixe que eu não pesco (não pesco)
Gírias e dialetos, divino e nefasto
Penso logo, devasto, minha crença é em tudo o que eu não falo e faço
Todo claustrofóbico precisa de espaço
A vida é um mundaréu de sopro e um caloroso abraço
Um pouco de preto fosco, muito muro e um terraço
Um rei para destronar e um palhaço (tipo eu)
Me cortando em pedaços para enxergar inteiro
Lucidez é cativeiro, deito e me reviro
Penso e me retiro, venço meu delírio
Perco minha virtude, busco algum colírio, mas nenhum que ilustre
Quando a gente erra o remorso vem e bate
Mas se a gente fica, mano, é preciso que lute
Todo dia penso que o agora é tarde
E toda noite tento mudar de atitude
Me liga de madrugada quando quer dormir comigo
Mas, linda (linda), ultimamente eu nem tô dormindo
Eu só tô fumando e tudo tá doendo
O tempo tá passando e continua chovendo
E eu não me ousaria
Será mesmo que você tá me entendendo? (será?)
Muda a quebrada, mas a história é igual
Boteco, capela, biqueira, roupa no varal
Pipa no céu, moleque dando grau
But no fio, valeta que corre o rio, tudo no mesmo quintal
Fofoca, pipoco, pipoca, por pouco que nós não cai
Os porco na bota só foca em favelado e preto que não teve pai
Não deve, não teme, pra mim é ditado de playboy (playboy)
Se eu vejo sirene, não gosto, disparo e volto pela rua de trás
O poder de Deus ali na mão, cê é louco, tio
Tava falando disso com o Cassol hoje, hoje de tarde, mano
Os cara olha pra nós com um olhar diferente
Eles se sente maior mesmo que 'cê, mano
E parece que o cara é né, mano
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