A Coroa
O Sol ainda não havia raiado na janela do meu quarto
Na janela do meu peito
Na janela da minha própria razão
Baratinado, sorvi o cheio que pairava no ar
Ventos inquietos uivavam
Uma ausência teimosa em se dissipar
Este é um álbum de pandemia
Fotografias que atravessam meu corpo
Reinventam o tempo
Passado que me marca
Futuro que me vejo
Pelejo
E confio
O que é meu chegará
Respira
Rebola
Se vira
Me acalmo com águas do mar
Memórias de onde eu quero estar
Enchendo meu peito de amor
Só fecho os olhos
E vou
E ainda assim
Depois de um tormentoso verão chuvoso
Me permito sonhando com teu novo beijo
Ou teu beijo novo
Ao som de pandeirões encantados
De paixão e fé
Sagrado
Crente
Profano
Que ao toque do povo inflamo
- Nunca fomos catequizados
Fizemos foi bumba-boi na capela de são Pedro
Nunca fomos catequizados
Fizemos foi bumba-boi na capela de são Pedro
O Sol
Na janela do meu quarto
Na janela do meu peito
Na janela da minha própria razão?!
Baratinado!
Me acalmo com as ondas do mar
Memórias de onde eu quero estar
Enchendo meu peito de amor
Só fecho os olhos
E vou
Humberto de Maracanã, presente!
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