Vê que ao invés de não ver
A não ser que incrédulo
A não ser que de tão cético
A não ser que sem querer

E ao invés de não ver
Pra nem saber do incesto
Pra nem saber do Rei Édipo
Pra nem saber se ser...quem

Tem olhos pra ver
Por não ser mais que verbo
D

A cidade não dorme
Eu também não durmo
É que eu sou a cidade
E como tal, só produzo no caos

Eu me defendo com a minha lança
Caboclo fere se mexer com ele
Tem respeito mesmo sem armada

Porrada estanca em Copacabana
Senzala ferve, olhares tezos de intenção
C

O que é que vai fazer de mim?
O que é que vai fazer de nós dois?
Eu não sei se quero mais, o que a revele
Eu só sei que dá um mote
Entre eu e você, menina
Vamos sair pra ver o sol, menina
Quem sabe andar Sete Lagoas de Minas

O nosso amor de muito e mais que vírgulas

Nega
Pensou que eu não fosse falar de você
No rádio, tv ou notas em net
Mas que preto velho que sou

Nega
Estão dizendo que és meu tombo
E tem quem diga que é meu dom
Mas a conversa acaba
Se dá fome ou se dá sono

Nega
Me apontam dizendo que sou o homem

Bate a poeira do chão com o pé
Bate candomblé
Bate pão nossa cidade
Bate divindade

Bate a poeira do chão com o pé
Bate candomblé
Bate pão nossa cidade
Bate divindade
Eu vou com o baque surdo que deu
Com o baque que o surdo dá
Com o baque que o surdo deu

A mesma causa
Pode ser que mova uma reza
De um terreiro, na Palestina ou de qualquer dona de casa

Naquela "blitz"
Pode ser que não duvidem
Mas tem vezes que se admite dinheiro vivo e até tapas na cara

Pais meus
O mundo está indo menino
Com seus filhos órfãos

Eu lia o segundo caderno
Eles vinham
Vi que não eram os primeiros
Dessa mesquinharia

Naquela gritaria

Mas se a briga é tua
Tua, e ela vai voltar
Um dia a velha dança

Arma, clareia
Não ia pro mar

Como já dizia
Mano caetano e tal
Daquela velh

O que é que vai fazer de seres periféricos
Lá da Norte ou margens que sei que fedem
No transpirar de medo, num outro extremo épico
E co-autor que burla suas culpas

Periféricos(2x)

De vez em quando, há de um ser o inquieto
Ator nato um ato, atalho que o revele
Ao i

Em virtude dos fatos
É dada a certeza
De setembros virados
Ou qualquer mês que queira
Descrever de zangado
Maquinado por bestas
Maquiadas são todas
Políticas velhas e bestas

E dar com os burros n'água
Escoar mas ecoar é o que essas águas tem
Para nos dar

Vou correndo campos, marginais
Pra ver se reconheço uma fotografia
Que se revele para o mundo em paz
E despeça para o mundo essa monotonia

A não ser, a não ser
Se vende
A não ser, a não ser
Se embate
A não ser, a não ser
Que prende
A não ser, a não ser