O inferno é um lugar na terra
A tela é um lugar na terra
E ela nos cega, e ela nos cega

O que vem é desespero
Nada disso é exagero
O futuro é seco, o futuro é seco

Algum outro dia, quem sabe eu lhe direi
Que não há mais reis, que não há mais fome
Que não há ma

Atravessando os pedestres
Pra continuar sendo o último da fila
Eu te vi na São Silvestre
Tentando salvar o dia
Eventualmente, mudamos de ideia
Derrubamos os prédios da Paulista
Indo atrás de outro lugar
Pra poder ver a vista

Você nunca quis saber
E eu nunca

Não venha me dizer
Que tudo vai mudar
Se nada era pra ser
Quem vai me contar?
Se nada era pra ser
Eu que vou mudar
Achar o meu caminho
Se pá que eu vou sozinho
Pra me consolar
Ou me matar
Ou me amar

Os ipês roxos nos meus pés
E o ar nos meus pulmões
As luzes dos postes amareladas
Sobre todas multidões

E eu nunca me senti tão bem
E eu nunca me senti tão bem
E eu nunca me senti tão bem
Em ser mais um, só mais um

Me perdi no céu
Não quis mais voar
Tinta no papel
Sempre vai mudar
Me perdi no céu
Não quis mais voar
Peguei o pincel
Pra me expressar

E nada do que eu disse
Era pra ser real
E nada do que eu disse
Parecia real
E eu te vi, te convidei
Pra ir

O Sol me cega
O Sol me cega
Me atropela
Sem saber
O peso dos dias
E o peso dos dias
Que passam
Sem perceber

E nem ouse se convencer
E nem ouse esquecer
Que o seu dia vai chegar
A sua hora vai chegar

O Sol me cega
O Sol me cega
Me atrope