Sentada junto à janela
À espera de alguém que nunca chega
Mais uma noite a embriagar-se
A goles e mais goles de si mesma

As suas flores mortas no vaso
A angústia expressa nos quadros
Seus escritos empoeirados
Aguardam alguém que os leia

Amigos estranhos conhec

Das janelas dos prédios
Eles mascam chicletes
Das janelas dos prédios
Dançam ao som do carnaval

Livres, leves e soltos
E um verniz no rosto
Riem da nossa conversa
Coisas de nosso time de coração

É a nossa paixão. Nosso time de coração
É a nossa paixão. A n

Perambulando pelas ruas
Entre chutes e pontapés
Um cão de rua não é de ninguém
Ninguém é dono do que não existe

Surrado pele e osso, quase morto
Só o gosto do abandono
Feito um cão sem dono
Sou eu assim, longe de ti
Sou eu assim, perto do fim!

Entre o peri

Tudo igual de novo
Lá no pé do morro
Num barraco de aluguel
São 4 horas da matina
Dona lia já esta de pe
Forte na fé
Mil coisas pra fazer
Tudo de uma vez só
Quem sabe até de cór
Arruma a sala, o quarto
Lava roupa, lava prato
Ouvindo o velho rádio
L

Ali no invisível
Sem saber se ele existe mesmo
Para onde teria ido
Que não mais se reflete no espelho

Quando fala, não é ouvido
Pela total falta de sentido
Que vendeu a alma para o diabo
A um maço de cigarros

Talvez pela existência superficial
Que se apago

Em plena La Bombonera
Eu tento achar o caminho do gol
Arriscando chutes do meio da rua
Mas com poucas chances de perigo real

Ainda com a posse de bola
Vislumbrando o caneco nas mãos
E num rebote como se fosse o Tostão
O temível foi quem abriu o placar

Mostrand

Quando amanheceu
Ela disse o que pensava
Nada mais que a verdade
Guardada no coração
O mundo veio a desabar
Mas Lúcia não se deixa quebrar
Segue pelas ruas sem olhar pelo retrovisor

A roda da vida voltou a girar
A roda da vida voltou a girar
Lúcia não precis

Antes acima de tudo
Eu esperava por você
Com um sonho esquisito
Que todo mundo sabe

Quando a luz ascende e apaga
Somos obrigados a ver o destino
Sem pensar realmente
Em quem está do nosso lado

Sem tocar o rock ou ter fé
O prejuízo é imenso e eu vou aonde e

Quando a cidade silencia
Arriba Arriba
Se baila o tango sobre o telhado

Aos olhos da escuridão
Gatunos circulam desenvoltos
Pelas entranhas do Planalto

Se apossam do bem alheio
Banqueteiam-se, tal é a fartura
Já não será possível
Comprovar a rubrica!

A cafetina
Perde sua maior joia
O patriarca
Restou-lhe o sabor da memória

Jornais nefastos
Faturam com as vísceras
A força maior culpa a vítima

Estopim aceso
Num paiol de pólvora
Juízo sem misericórdia

Pilares
Corroídos pela ferrugem
Gol do r

O tempo corre veloz, estou sempre atrasado
Aperto o passo, corro entre os carros
Mas tudo já virou passado

Os dias viram noites invernais
Nas capitais nos perdemos no tempo
Como folhas levadas pelo vento

Preciso de um tempo para sonhar
Algo para durar mais que um

Quem é você
Que caminha pra algum lugar
Sem mesmo se fazer notar

Quem é você
Que não se abala com o vento
E nunca está sozinha

De onde você vem
Sem nada a prever
Quem é você

Que torna o tempo invisível
A vida uma canção
Conte um pouco mais
A

Com o motor ardendo
E um rugido de trovão
Sobre o asfalto quente
Transcende o domínio da razão

Acelera fundo
Beirando o absurdo, só pela emoção!
Mais rebelde dentre os rebeldes
Um fora-da-lei. (guia-se pela própria lei)

É o mais vibrante coração
Coragem é

Por trás da tela sempre é primavera
Alheia a realidade a vaidade governa
Mercadores de ilusões, humanos perfeitos
Felicidade fabricada na ponta dos dedos

Condição para a existência na tela
Existência da necessidade cega
Ar de pompa, áureo esplendor
A façanha do heró

Asas
Penduradas no cabide
Delícias doces
Que nenhum santo resiste
Anjanetes vestidas de bolo

Feriado no paraíso
É quando a realeza
Põe as barbas de molho

Um dia para se sujar
Um dia pra se presentear
Sem se preocupar
Sofrer duras penas

Anjos

Caído na sarjeta
Onde são despejados
O coração lacerado
Que chora e sangra
Morre lentamente

E este coração
E já foi valente
À frente de qualquer juízo
O êxtase desmedido

Caído por entre
Os penhascos
O coração cravado
De espinhos
Um ato aluc