De longe vejo a Guanabara
Baía que te quero Rio
Portela para o Estácio
Mangueira para Beija-Flor

Cartola, Dona Ivone Lara
Noel Rosa, Imperatriz
Da Lapa à Santa Teresa
Sapucaí, Maracanã

Lá se foi a madrugada
E já vem amanhã

Meu Leme guia para a Glória

Preserve o verde na mente
Não corte, não queime
A vida, a semente

Leve a vida consciente
Não mate ou destrua
Viva calmamente

Ah, o amor!
De dentro pra fora
Da terra além mar
A fé rimou

Vem sentir a brisa
Vem fazer calor
Vem curar ferida

O canto da águia soou

Segue o sol, moreno
Que a vida da gente
Não vai na corrente da dor

Olha o mar, serenou
Só morre na praia
Quem anda carente de amor

Domingo no canto
Onde eu moro é dia de feira
Se desço a ladeira tô lá
Tucunaré, pimenta de cheiro

Farofa, caldo de cana, pastel, caranguejo
Quiabo, limão, jerimum
Maxixe, pimenta do reino

Tem queijo, siri, mocotó, caju, cajarana
Galinha de angola é guiné
P

Ela vai sambar
Cabelos soltos no ar
Vai iluminar
Saudade nem vai falar

Ela vai cantar
Sorrir correr beira-mar
O sol a brilhar
Saia rodada a voar

Nada vai mudar
O seu destino é amar
Crescer, florescer
Sambar, cantar, elaiê!

Coração livre a soa

Bala perdida
Na curva da esquina
Nada consegue parar
Asfalto queima
Cheiro de gasolina

Foge e escapa da mira no jogo de azar
Leia o aviso perigo não corra sem pensar

Quem dera ver um dia a lei
Justiça funcionar
Faca que cega lâmina que perde o fio
Pode

Eu vim eu vim eu vi
Eu vi o côco girando na roda
Eu vim eu vi ouvi
Ganzá caboclo na beira da praia

Na rede dos caiçaras
Anzol na boca do peixe
Na vela que leva a jangada
Na festa quando é lua cheia

Coqueiro zabumba
Lança pandeiro

Ganzaguiando

A dor
Que segue meus passos
Riacho longe da foz
Veleiro sem vento

Lágrimas correm sem alento
Coração, saudade, adeus

Lembrar
Se for para não chorar
As mágoas e as nossas vidas
Heranças de ais

Passam-se os dias, meses, anos
Tempo à espera da parti

Quando alguém te pede pra sorrir
Nem sempre é porque você tá chorando
É que teu riso contagia e silencia toda dor

Quando alguém desiste de sonhar
Se apaga a luz que brilha do teu corpo
E é tão triste a escuridão matando a alma, o coração

Não há mal que não se acabe

Me submeto quando me convém
Se não convém dispenso e até mais
Vou indo embora na carona dos pardais

Se quero, posso, devo discordar
Discuto, insisto, devo concordar?
A vida ensina e nos transforma em normais

Em tempo seco nuvem de desfaz
Canto (rogo) pra chuva ter

Vida vai, vida vem
Vida vai, vida vai, vida vem

Se não fosse tão ligeira
Areia nos pés
Vento no rosto
Olhar de filho
Eterno sorriso
Medo não se tem

No enfrentar do caminho
Fortalecer os sentidos
Uma queda
Um destino
No beijo um minuto
No to