Ao abrir os olhos
Eu percebi
Que estava invisível para o mundo

A cada dia
Eu descobri
A minha solidão e de outros iguais a mim

Os segundos como se fossem eras
A sensação de ser descartado
Meus conhecimentos estão represados
Em Asilos de Pajés

No fina

Profundas vivências
Gestos egocêntricos
Visões monocromáticas
Parto para o autoexílio

Suprema razão
Relações vazias
Modernidade destrutiva
Putrefaz a vida

No reino da efemeridade
A incompletude humana
Constatando ilusões
Na sociedade do espetáculo<

Emancipação: A liberdade como ideal
Convocação: Militância em redes sociais
Indignação: Contra a corrupção espúria
Desmistificação: Em busca de uma nova ordem

Ser apartidário
Uma nova forma de fazer política

Sem representantes
Uma nova forma de fazer política

<

Só, sólida, solidão
Em apoteótica exposição
Ama a alma o desencontro

Agonia, antagonia, heterônimos Anônimos
Em poesias desbotadas num velho baú

Só, internética, solidão
Vida líquida, dissolução
Onde estão os seus amigos reais?
Nada vale a pena, quando a alma

Os meios não justificam os fins
A exploração, a indiferença
As desigualdades
A crença no livre mercado

Shopping, TV, Best Sellers
Anulam a angustia que há em você
O Estado semeia o silêncio

Oh ser singular!
Você está sozinho com sua diferença
Fragmentado,

O nosso senso regride
A cada minuto perdido
Em palavras vazias
Informações e mentiras

A falta de consenso reprime
A ciência e a cultura
O império da ignorância
Vociferado por boçais

O silêncio da razão
A apoteose do entretenimento
Um vazio totalitário<

Fogo, Faca, Lama, Desvio de grana
O espetáculo cão da vida real
Ironizada por apresentadores
Manipuladores da desinformação

A barbárie social é o circo do povo
A indiferença e cifras determinam os lances
Dos atores da vida real
Em novelas tragicômicas

Homem, O

Pé de vento
Pé na estrada
Pede passagem a madrugada

Beija-flor
A boca da noite
A noite é uma criança devassa

A juventude sonha acordada
Quilos e Quilos
De Sonho de Valsa

Pulam feito pipocas
A noite nas danceterias
Mas também pedem esmolas
Rou

Produzo, consumo, prossumo
A nova era tecno
Prossumo: Produzo o que consumo
O advento do prossumidor

Arte, legítima subsistência
Tutoriais, novos comportamentos!
Desfecho do ciclo industrial
Passividade, mudança, questionamentos

Produzo, consumo, prossumo

Persistia em negar
Resistia em enfrentar
Refletia o moderno
Emergia o vazio

Libertei-me das ideias
Concedi-me anistia
Compreendi que existir
É viver a vida como ela é!

Redescobrindo laços
Na suspeita das verdades
No vitalismo do existir
Na vontade,

O semear do olhar
Floresce as emoções
A humanidade refletida
Nas ações para com o outro

O despertar ao olhar
À realidade concreta
Sem a hipocrisia dita
Pelas vozes dos vencedores

A lágrima ofuscar o olhar
Na esperança de um sonho
No descanso eterno do

Arrogância desaparecendo do meu corpo
Ao reconhecer o meu lado animal
Verdades não irão me cegar mais
Doutrinas não me farão ajoelhar
Frente a um poder invisível
Materializado por um rebanho de medíocres

Não serei mais massa de manobra
Não farei nada que me torne ni

Tudo, metade, preço
Palavras soltas, vazias
Imagem, fascínio registro
Compartilhar aplicativos, reputação

Nada, total idolatria
Em si preso, admiração
Produto, fetiche, solidão
Narcisista, profunda inquietação

No superego, o eu se retrai
No superego, o eu