Camarada
Já é hora da partida
Saudades em minha morada
Nem sei se voltarei ainda
Vou de encontro a um amigo
Inimigo da razão
Farrapos de balas de canhão

Lutar uma guerra permanente
De heróis de um mundo passado
E vilões na vida presente
Lutar sem medo da

Me sinto só
Paixão ausente
Deixo o passado e olho em frente
Momento bom que se passou
Será que esse é o lado ruim do amor

Quero ser feliz
Viver com prazer
De certo o tempo vai nos trazer
Um novo sentimento
Será nosso momento

Se abro um livro
E todo

Bocas que se tocam
Encanto da Lua
Violão chora
Estrela nua

Corro pra viver
Até contra o vento
Quero te sentir
À todo momento

Nuvens já desenham
Nosso amanhecer
Completa-me na alma
Eu tendo você

Cada minuto juntos
É doce e tão intenso

Vontades e quereres em mim
Avançar um passo
Apenas dobrar os braços
Em torno de ti

Parafuso, verruma, fazer um nó
Que não soltasse mais
Marionete, boneca de seda
Assentados num sofá

Eu, embaixador
Ela, ministra
Joelhos à frente
Muito importante alí

Estou guardando as palavras que escrevo para você
Deixarei o tempo agir
Deixarei acontecer
Se caso não pudermos mais
Viver a verdade desse amor
Será como astros em colisão
Ou uma estrela que se apagou
Se nossa imensidão transcende

É fogo queima
É rocha fere<

No batuque dos tambores, o terreiro se encanta
O Natal de Oxalá, uma festa sacrossanta (ora ie-ie-e!)
As velas iluminam a noite com fulgor
Alegria e esperança, nossa voz que ecoa (ora ie-ie-e!)

Clamai meu pai a todos os santos
Que nos afaste do preconceito (ora ie-ie-e!)

Se tudo fosse assim
Um dito certo
Simétrico

Não sairia de mim
Voando em outras janelas falsas
Buscando toda emoção
Como de achasse que a vida fosse
Mazelas do acaso
Perdidas no espaço

E assim vagando sem fim
Vaga-lume de ideias soltas
Ficasse comig

Eu desenhei estrelas nos seus olhos
Ela tatuou promessas nos meus abraços
Nosso amor, um quadro de paixão
Cada beijo, uma obra-prima, uma eterna canção

Numa pele de saudade, eu levo as tatuagens
Cada traço, uma lembrança, dos nossos caminhos, das nossas viagens
No peito

Minha villa era um palácio
De muitos quartos e banhos
Sala de parentes imprevistos
Ou ilustres visitantes
Tem colunas de carraro
Que sustentam a varanda
E do alto da cidade
Me vejo num mirante

A villa é uma casa
Onde guardo minha infância
Do moleque vadi