Pela janela da saudade
Olhas o mar ao Sol poente
E vai morrendo, longemente
Em teu adeus crepuscular
A voz do mar

E dentre a nebulosidade
A Lua em pálido crescente
Parece ao meu amor
Ausente, onipresente
Uma verônica estelar

Oh! Meu amor
Oh! Minha

Ela vai todo santo dia
Linda filha de Maria
Fortalecer sua crença
Ela é santa e eu pecador
Mas cego por seu amor
Eu nem vejo a diferença
Para que ela me veja
Fico na porta da igreja
A qualquer hora do dia
Se é pecado a Deus
Eu peço perdão
Mas ao vê-la

Ela é, é embolada
Não é solteira
Não é casada

Usa roupa tipo rapazinho
Relógio de alta precisão
Corta o cabelo aparadinho
E diz a todo mundo que é João

Não quero morrer
Antes de ter
A maior alegria
De ver o povo alegre pelas ruas
Cantando a melodia
Que fiz pro meu amor

Quero encontrar em cada esquina
Alguém para chamar de meu irmão
Que cante e pense mesmo que é sua
A melodia que me fez o coração

A malandragem eu vou deixar
Eu não quero saber da orgia
Mulher do meu bem-querer
Esta vida não tem mais valia

Mulher igual para a gente é uma beleza
Não se olha a cara dela
Porque isso é uma defesa
Arranjei uma mulher
Que me dá toda vantagem
Vou virar almofa

Marquei encontro com ela
No quarto crescente
Mas a malvada só veio
No quarto minguante

Na lua cheia eu estava
Cheio de fervor
Mas na lua nova
Houve eclipse
No nosso amor

A Margarida bem me quer, mal me quer
A Margarida é um demônio de mulher
A Margarida me amarga a vida
Por causa dela tô num beco sem saída

Ela tem um quê que atrai
Ela faz que vai, mas não vai
Ela escorrega, escorrega mas não cai
A Margarida amarga a vida do papai

Ontem eu te amava tanto
Que julgava ser demais
Hoje, para meu espanto
Sinto que te quero mais
Amanhã com a saudade
De teus lábios sensuais
Cantarei com ansiedade
Que te quero muito mais

Mulher, que eu tanto adoro neste mundo
Jamais, eu deixarei de te adorar<

Agora que eu não te vejo ao meu lado
A segredar apaixonadas juras
Busco às vezes do nosso amor de outrora
A recordar nossas íntimas loucuras
Faz tanto tempo, nem me lembro quando
A vida é longa e o pensamento é vário
Tu me mostravas vil, no idílio santo
A pequenina cr

Passando pela rua onde tu moras
Ouvi suspiros, há de vir segredos
Senti a minha vida mais deserta
Parei sem saber por que parava
Senti-me preso ao chão de tua porta
Então eu desejei, Deus me perdoe
Não sendo minha que estivesses morta

Lá dentro eu te avizinho derrot

A saudade mata a gente, morena
A saudade é dor pungente, morena

Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E na rede nas noites de frio
Meu bem me abraçava
Pra me agasalhar.

Mas agora meu bem, vou embora
Vou me embora
E não sei se vou voltar<

(Foi ela quem me ensinou a ter saudade
Foi ela quem destruiu a minha mocidade
E hoje que meu cabelo embranqueceu
Ela talvez já esqueceu que eu vivo só
Sem amizade, mas no meu peito ainda
Mora uma saudade)

O silencio é o meu melhor amigo
A ninguém revelarei minha pai

Fiz meu rancho na beira do rio
Meu amor foi comigo morar
E na rede nas noites de frio
Meu bem me abraçava
Pra me agasalhar

Mas agora meu bem vou-me embora
Vou-me embora e não sei se vou voltar
A saudade nas noites de frio
Em meu peito vazio virá se aninhar

Meu grande amor
Vem escutar
As minhas queixas ao luar

Naquele tempo se fazia serenata
Pra ela, pra ela, Oh!

Pela rua vivia a cantar
Ao luar o feliz trovador
E nasciam assim ao luar
Os mais lindos romances de amor
A vovó me contou que o vovô
Fez seresta

Se mais uma criança
Apareceu
Se pra felicidade
Alguém nasceu
Eu sinto que a vida
Está mentindo
Pois nunca vi ninguém
Nascer sorrindo

Aqueles que nascem
Porque é preciso
Trazem uma lágrima
Invés de um sorriso
Se viver é bom
Como é que a vida d

A vida é boa, meu bem, é boa
Depende da gente querer
Se você chora, meu bem, à toa
É porque não sabe viver

Eu quero ver você sambar até
Ficar perna bamba, sem poder andar
Eu quero ver você gritar até
De voz rouquinha, sem poder falar

Eu quero ver você sorrir d

Em você, tudo é encantamento
Em você, tudo é deslumbramento
Você traduz sonhos de luz, anjo divino
Qual uma dádiva do céu, no meu destino

Em você, eu encontrei, querida
A realização do que sonhei na vida
É, você, na expressão da verdade
A minha apoteose de felicidad

Abre a janela
Oh! Doce amada
Vê como é bela
A madrugada

Vem ouvir a serenata
Do teu cantor
E do meu violão
Vem abre o teu coração
E vem amor cantar
Nossa canção

Na academia da vida eu quase nada aprendi
Nunca fui além de um beabá mal soletrado
E nem consegui passar prum livro adiantado
Se aprendi a somar muito bem
Foi à conta dos meus desenganos
Que foram cruéis e desumanos
Que hoje me torturam com desdém

Eu queria sempre a

Quem me vende Ioiô
São Francisco meu pai
Acarajé ô, Aberén e Abará
Esta nega, meu Deus
Faz quitutes que tais
Oi Iaiá venha cá
Arria a gamela que eu quero comprar

Ioiô vem, vem ver, com amor de Deus
O meu abará e o meu Aberén
Eu quero Iaiá também provar
D