Tem um outro ditado que diz
Aqui se faz, aqui se paga
Quando você atira uma flecha
A vida te enfia uma adaga
É muito triste de se ver
De um filho a ingratidão
Porém maior que toda mágoa
É a força do perdão

Esse rapaz
Teve a infância bem marcada
Ao ver o

Na noite fria, a Lua amiga é testemunha
Guarda segredos e as lembranças de nossas vidas
No som do carro, a companhia da velha música
No nosso filme, em cada cena, foi nossa trilha

No para-brisa escorre o choro da madrugada
A Lua mansa, em sentinela, sempre calada
Rasga

Senti no peito bater forte uma saudade
Feito um menino eu me pus a relembrar
Lá bem distante, bem no fundo da memória
Um belo filme em minha mente vi passar

Lembrei de tudo, a colheita com fartura
Da passarada revoando pelo ar
Lá na estrada o cocão cantando triste
J

Berrante amigo que ali tá pendurado
Meu companheiro das jornadas do passado
Das comitivas, seus tropeiros e boiadas
Quanta saudade ia comigo nas estradas

Quanta lembrança eu revivo em minha mente
Dos velhos tempos, o chão batido das estradas
Longe se ouvia num compasso

Mas esse tal de casamento
Tô fora, Tô fora, Tô fora
Mas esse tal de casamento
Tô fora, tô fora, tô fora

Deixa esse tal de casamento pros meninos
Que fazem tudo certinho
Sem querer se complicar
Eu gosto mesmo e do choro da viola
De viver mundão afora
Sem nunc

Eu fui lá no Mato Grosso pra pescá tucunaré
Fui eu e mais meu cumpadre caboclo de boa fé
Cidadão dos afamado que num corre de um trupé
Valente pra mais de metro já amansô até jacaré

Corre a fama do sujeito por esse mundão de Deus
Meu cumpadre é uma lenda num tem quem num pe

Se fosse pra ser como é
Não teria nunca lhe dado meu sim
Não teria entrado naquela igreja
Onde selaria pra sempre meu fim

Por entre olhares subi no altar
Pensando encontrar a felicidade
Mas o desengano foi o que encontrei
Quando abriu seus lábios e me prometeu
U

Vinha da vila, pensativo na estrada
Feliz da vida do que tinha acontecido
Tudo era festa e você tinha voltado
Pro nosso ninho, nosso rancho de guarida

Agora sim, tudo ali tinha sentido
Nossa casinha e nossos filhos pra alegrar
Me vi entregue novamente em pensamentos

Hoje rodando sem destino pela estrada
Algo mais forte deu em mim, me fez parar
Frente a porteira lá do sítio onde eu morava
E uma lágrima no rosto vi rolar

Alguns segundos pareceram eternidade
Voltei aos tempos mais sublimes de minha vida
E do presente desliguei a minha

No interior paulista
Cidade de Nipoã
O berço onde nasci
No bairro do Laranjal

De três grandes famílias
Vou contar uma história
Não está em nenhum livro
Mas sim em muitas memórias

Lá compraram suas terras
Confiantes e felizes
Sem medo naquele chão
F

Lá na mata o bicho canta
Contemplando a natureza
Com seus uivos e trinados
Louva a Deus tanta beleza

La não tem a tal inveja
A soberba e a ganancia
Todos têm direito a fonte
De água pura em abundância

Cada um tem seu quinhão
Não se pensa em ouro e prata

Se achegue, moço, um cafezinho vem tomar
Tá bem fresquinho, com certeza vai gostar
É noite clara, que beleza a luz da lua
Não se acanhe, por favor, a casa é sua

O senhor tá vendo aquele quadro na parede?
É minha história, minha vida sem segredos
Lembra de um tempo bem d

Hoje eu quero enxugar
A cerveja desse bar
Toca aí um bom modão
Pra espantar a solidão
Desse meu peito a chorar

A gente era
Dois jovens enamorados
De casamento marcado
Cheios de planos na vida
O nosso sonho
Era ter o nosso ranchinho
Um lar cheio de ca

Casinha branca margeando a estrada
Lugar dos meus sonhos, da felicidade
Lá onde eu nasci e fui muito feliz
Com as travessuras da própria idade

Lá tudo era belo, meu reino encantado
A paz que reinava meu reino brejeiro
Naquele recanto onde eu vivi
Fazia morada o amor

Nesses meus versos eu descrevo a poesia
Da natureza que está sempre a encantar
Pintura viva que se perde no infinito
A mão de Deus está aqui pra abençoar

Depois de muitos longos anos aqui volto
Como deixei tudo está no seu lugar
Ao longe vejo as colinas verdejantes

Meu cavalo marchador
Potência de raça pura
É um bruto fascinante
Pura força e belezura
Indo e vindo se destaca
Com seu porte altaneiro
É notado onde passa
Meu castanho bem ligeiro

Ê, companheirão
Faz inveja na galera
Meu cavalo Castanhão

Seu pisado

É manhãzinha aqui na roça e bem cedinho
Vou entre as flores sorrateiras do caminho
Vou me banhando com o orvalho da manhã
E o doce cheiro do perfume de jasmim

O arco-íris surge ao longe lá no céu
Os passarinhos revoando sem parar
O vento frio assovia uma canção
Acom

Vou descrever para você meu paraíso
Um lugar de alegria e muito amor
Aqui tem tudo, um pomar bem abastado
E também tá bem cuidado um belo jardim em flor

O Sol desponta com seus raios lá do alto
Pra se unir com as plantinhas num bailado sem igual
E tudo isso se faz digno

Levanto cedo, sento à mesa pro café
Escuto ao longe o monjolo a entoar
Suas batidas no compasso lentamente
Na invernada o meu gado a pastar

Do meu pomar, colho as frutas mais fresquinhas
A natureza eu me ponho a contemplar
Pela janela vejo o filme mais bonito
A égua

Parece distante os tempos passados
Na lida de gado onde me criei
Recordo momentos felizes da vida
A terra querida que há tempos deixei

E quando parti sozinho pro mundo
Ouvi a batida da velha porteira
Em mim uma dor bateu muito fundo
Saudade doída já era certeira