Não está fácil não
Ter que suportar esse silêncio teu
Eu me seguro, me controlo, mas confesso
Não sou capaz de aguentar, então lhe peço

Me dê a solução
E venha me tirar dessa situação
Qualquer palavra tua já me vale a tarde
Pra que alarde se você gosta de mim?

Bia
Dessa vez a carta é em forma de canção
Porque já não sei se eu aguento não
Ter de esmiuçar o que eu sinto
O que eu penso e quem eu amo
Sem me alterar

Bia
Ainda não li seu livro de poemas
Mas conservo em mim uma certeza apenas
De que estamos nessas linhas

Acorda e se levanta
Faz o café
Não sei porque faz tanto
Ninguém vai beber

Mas também isso é o que é

E se arrastam notícias na TV
Enquanto ele se prepara pra viver
Mais um dia é um dia a menos sem você

Eu fui e voltei do carnaval
Não mais o mesmo
Não mais o mesmo
Eu fui e voltei do carnaval
Se a chuva me deixar eu vou cantar

Quarta-feira de cinzas
E eu só penso em chorar
Vim de viagem e hoje vou voltar
Sem ver quem eu vim para olhar
Sem ver quem eu vim par

Não vou te procurar
Até superar
Chega de sofrer
Eu cansei de te ver
Não me amando
O que você segue tentando me dizer
O que eu devo fazer pra te esquecer?

Não vou te procurar
Até superar
Não adianta me chamar
O que eu quero é distância
A vida há de lh

Vai com o inferno a seu lado
E me deixe calado
Observando a natureza dos seus atos
Não vou derramar sequer uma lágrima
E nem se quiser me chamar, eu vou ficar

Vai com o que fez seu vibrato
E com um nobre mandato
Fazer você canonizar a sua dor
E nunca mais se imp

As pessoas se sentem tão necessárias
E eu me sinto tão passageiro
De tudo, passageiro
Por tudo, passageiro, de mim

Por mim, eu não seria nada
Cachorro solto sem sono ou dono
Pela madrugada
Esperando um osso pra roer
Ou ser só vontade

Eu canto o meu próprio

Pobre rapaz que não sabe o que sente
Cansado de ser inocente
A seus próprios olhos
Tenta fugir do que é
Tenta correr do que sabe que quer

Pobre rapaz, você é
A própria mentira que não se destrói
Pobre rapaz, você é
Um retrato que não se constrói

E nos luga

É o que me mata
É o que me consome
É a minha impotência
Diante do tempo que passa impune

É o caos que constrói
É a saudade que queima
É a última maré
Que vem quebrando às margens da partida

É o que cai
Depois da chuva soar
É o que sobra
Depois do v

Cadê você, que não vem mais
E um dia atrás era minha
E nunca mais me deu a paz
De ter sua companhia

Você é doce, mulher
Mas quando quer me faz ver
Seu lado negro
Que vem tirar o meu sossego

Você é doce, mulher
Mas quando quer me faz ver
Seu lado negro<

São Paulo fede
Mas quem cheira é você
Trocando seu corpo
Por roupas, conforto em um bom lugar

Mas de novo o metrô
Te arrasta pro tempo
Como você se arrasta pro centro
E por dentro

Só é mais um lugar comum
Abandonado, inaugurado
Perdido enfim no senso

Ser pobre até que dá o que falar
A pobreza vem para ensinar
O melhor lugar pra não ficar
Quando cai a calhar
Pra não visitar quem te atrapalha

E o medo sempre vem botar azar
Fazer costura de um segredo
Numa falta de ar
E quando cai a calhar
Se perder contand

Faz quase um ano
Me apaixonei
Fiz tantos planos
Não era pra fazer

Você dizia que te assustava
E que era perigoso
É perigoso

Faz quase um ano
E quase fez
O nosso amor
Mas você desfez

Não eu não culpo a você
Eu culpo a mim, a nós
A todo mun