Lá, tem muito pra pouco
Aqui, tem pouco pra muito
O formigueiro insólito
Cria seus próprios fungos

Lá, toda calmaria
Aqui, rompe as garras do dia
Trabalho, esforço, impacto
Nas costas da maioria

E se o gigante acorda
Pisa em todo mundo
Formiga santa, f

Encarei alguns relógios
Para que eles me soassem os cliques das horas
Em notas abafadas
De um agora qualquer

Quase me esqueci de fitar
O ponteiro dos minutos
Porque os segundo correm
Choram
Blefam
Na dinâmica opressiva do tempo
Que como grade finca

Corta o vento corre o som
Desalento confusão
Corta o vento corre o som
Desalento confusão

Cantoria que uiva na rua sem saída
Envolvia os becos remotos da construção
O louco sorria chorava era deprimido
Quebrou as vidraças correndo na contramão
Se escondia nas fr

É factual
É surreal, é anormal
É mosca que dilacera o mundo real
É substância progredindo
Até o ponto final

É surreal, é anormal,
É mosca que dilacera o mundo real
É substância progredindo
Até o ponto final
Até o ponto final

Quem sabe sabe não se intro

Volta atrás!
Não deixe que te parem
Notícias foram feitas pra assustar
Contra-voz
Os processos são bem frágeis
Coragem é moeda pra multiplicar
A corrida não amarga, se for pra agregar vontades

(Querem tapar os erros
Passaram sabonete nas letras
Na intenção d

O meu corpo só se faz de outro corpo
Minha pele só se faz de outra pele
Minhas cores só se fazem de outras cores
Dentro de mim, tantos homens e mulheres

Meu caminho continua outro caminho
Minhas palavras refletem outras palavras
Os meus passos reverberam outros passos

Corre, louco!
As tuas palavras serão meus novos versos.
Corre com as tuas pernas largas,
Esticando os músculos rígidos da velocidade.
Atiça as fibras da sua variedade,
E relampeja um novo alicerce para
Os nossos últimos afazeres do dia.

Corre!
Traga nas tuas not

Devora
Eu sou o mar
Eu viro o mar
Quando chega a hora
Eu viro o agora

Mareia
Eu sou a onda
Eu sou o que joga fora
Leva e traz o agora

Senhora, que é correnteza de tudo
Dilui
Dilui a sujeira do fundo
Dilui
Dilui a tristeza do mundo

E r

Eu milhões
Agigantada por caber em todos ao mesmo tempo
Eu passeatas, eu aglomerações
Eu o risco estendido do caos nas multidões

Eu enorme e completa
Eu todo esse movimento
Esses corpos incandescidos de sentimentos

Eu perpendicular, eu paralela
Eu candelária,

São mais visões
Que a minha idade curta pode registrar
São mais visões
Que meu vocabulário curto pode anunciar

O que me alimenta
O que me reinventa
O que me trouxe até aqui

São várias agonias, que não viraram dor
São várias ironias
Que já ganharam fama de

Monstro para que te quero
Chega de me assustar
Parece que a lua cheia veio mesmo pra ficar
No meio dessas tuas farsas,
De fantasia de floresta,
Não há um ser humano cego
Que queira experimentar
O cheiro do teu pesar, persegue até contaminar
Todos seus ruídos, long

Mesmo que tudo se desmanche
Perca o sentido desencante
Mesmo que tudo te abuse
Te derrube e desilude

O mundo inteiro nos seus ombros
O peso todo dos escombros
O corpo ralado de mágoas
Após perder outra batalha (falha)

A vida é mesmo uma batalha
Não dá pra

Ô meu sinhô
Eu vejo os olhos da verdade em cada morador
Eu ouço o choro das crianças
Nas suas ordens de terror (uma farsa)
Eu brinco com pesadelos
Pra esquecer do desprezo (ameaça)
A paz é um delírio
Se a regra for sobreviver (a desgraça)

Ventanias de outros tem

Escorreu as horas em meu corpo quente
Eu quero enlouquecer pra não entediar
Esperar você me faz ser tão ausente
Eu colho girassóis tentando aliviar

Os espelhos d’água revelam cicatrizes
De muitas madrugadas viradas sem limites
Escrevendo versos e contradições
Um nov

Somos o que somos
Amontoado de detrito interestelar
Somos o farelo do pão
O cheiro das flores

Em cada partícula habitamos
Em cada centímetro de pele
Os tecidos encharcados de sangue
Somos o que somamos

Restos de meteoro, calda de cometa
O ir e o vir dos pl

Árvores tecem mil folhas pra deixar
Que o acaso invente seus enredos

Nas cidades, os ventos
Sopram dos medos de arriscar

Escute o real desespero de encontrar
A força do largo desejo de se entregar

Os desejos são histórias que queremos narrar
Vem contar
Vem d

Se o motor irrita e o peito estufa
Quietinho não modifica
Impaciência assusta
Não te ensinaram a gritar o seu caráter
Não te acordaram pra correr pro contra ataque

É tão quentin, o cobertor dos invisíveis
É tão facin, dar passos imperceptíveis
É tão real, é tão norm

Tá chegando o bloco, dotô
Deixa o povo todo passar
A cidade é nossa, iá, iá

Num verão de domingo
Ouço o som do tambor
Vejo as crianças na rua
Saio pra ver o fervor

Vou seguindo as vozes
Sopro do coração
No arrepio da massa
Me despeço da solidão

T

Longe do meu bem
Um céu pra viajar
Nas terras de ninguém
Minha voz é meu lugar

Memórias de verão
Querem me avisar
Da pele e a sensação
De te acompanhar

Encantos
Desejos
Clareiam meu caminho
Viagens
Selvagens
Nos fazem enxergar
O mundo v

Eis que uma vez
Nascemos
O corpo atravessou a carne
Nascemos
O ar percorreu os pulmões
Nascemos
Olhos que abrem, luz é clarão
Nascemos

Eis que uma vez a alma
Ousou habitar um corpo
Leve como uma ave
Pousa no corpo a alma
Pousa no véu de um destin