Levanta que é tarde, João
Que o olho arde
E o sol invade a janela
Assopra o café, morde o pão
Sem muito alarde
Que novidade atropela

Quando arrisca tudo sem pensar
Segue à risca o que não quer ser

A banda abandona a cidade e invade a estrada

Pela porta d

Tua nudez me assediou
Despiu o meu olhar
Deixou um rastro de torpor
Pra me acostumar
Mas se eu mal me acostumei
A te olhar tão perto
Guardo a pele, o gosto e a sensação

De longe atiça os meus sentidos
De perto vejo os teus sinais
E a gente tenta em vão
N

Eu encontrei a sorte ali
Acenei, até sorri
Mas ela fugiu
Fingiu que nem me viu

Não entendo o que ocorreu
Um gato preto que correu
Bem na minha frente
Impunemente hostil

A nuvem negra a pairar no céu
E eu sentado aqui no meu chapéu
Juntando os cacos do

Eu nasci desse jeito, depois cresci assim
Acumulei defeitos perfeitos para mim
Já tive mil espelhos manchados de batom
Te vi me dar conselhos, mas nenhum lá tão bom

Eu sou de longe
Mas vou me encontrar
Me acho em qualquer lugar

Falsa modéstia à parte, não sou nenh

Faz a canção, entoa
De coração, destoa
Da imitação
Que aqui jaz

Samba o teu próprio enredo
Distorce o rock sem medo
Contorce a voz
Canta teu jazz

Vai criar, inventar teu rumo, vão
Te falar que é tudo em vão
Sem saber de nada até
Antes do show acaba

Ei, eu gosto de você
E hoje vou me declarar
Bem que preferia esconder
Mas mal consigo disfarçar

Deve ser teu jeito de falar
Com sotaque de lugar nenhum
Que me deixa assim a gaguejar
E sem concluir silêncio algum

Decoro galanteios de a a z
Na esperança de a

Eu vou melhorar
Me espera bem aí, vou sair
Vou, mas volto já
Pra ver a dor passar
E se passar por mim
Não seremos sós
Estaremos enfim nós

Somos um só nó
Tão cego quanto o amor, eu não vou
Mais nos desatar
Vou ver a dor passar
E se passar por mim

Homem feito que eu sou
Imperfeito e um só
Alguém vem
Me ensinar a me portar
Que é pra alguém me suportar
Pro meu bem

Tanta civilização
Se vi graça, fiz que não
Me diz quem
Vai trazer a solução
Suturar a evolução
Pro teu bem

A cada beijo armado

As sombras não se ferem, não se vestem, não se vão
Fazem do abismo um escorregador
E do escuro, uma multidão

Como era bom de embriagar de poesia
Até vomitar o peso tanto das palavras
Perder a vergonha e não achar mais

Quando nós fizemos nosso pacto de sombras
Por

Pra quê me falar em mudança
Se tudo torna a voltar
Tornando ciranda essa dança
Que nunca aconteceu?

Pra quê vou forçar a esperança
Se tudo me faz suspeitar
Dos super heróis e da minha bonança
Que nunca me conheceu?
Afinal

Paraquedas para quê, se o ar
P

Sob esse céu
Buscar um lugar
Algo, alguém
Pra fincar a alma
O caos e a calma
Sentir o bem

Partir também é chegar
Em outro lugar
Ficar e partir de novo
De um outro lugar, um novo ser

Partir também é chegar
Em outro lugar
Ficar e partir de novo

O que esse rancor te traz
Além do conforto de ter algo eterno?
E a mágoa que te distrai
Te trai e nem sequer te deixa mais moderno

E se nunca vai ter fim
Não tem que terminar assim
Com a saudade em mim

E só quando descobrir
Que recomeçar às vezes é o melhor de

Tanto já disseram sobre tudo, que já nem escuto mais
Faço aquela cara-conteúdo caricatural demais

Então me diz o que ainda resta de novo pra se dizer
E o que ainda resta pra se dizer de novo

Falta de assunto, de presunto, de energia, tempo e direção
Sigo presunçoso, um de