Vai-se uma folha e exalas um lamento
Estranhas cousas no sussurro dizes!
Desde que começou teu sofrimento
Fogem de ti os pássaros felizes!

Tu que lutavas com o tufão violento
Empedrada nas sólidas raízes
Agora pendes, quase morta, ao vento
Toda cheia de roxas cicatr

Querem mudar tudo em nossa praça
Na Praça Gustavo Teixeira
Pois não!
A praça não é de esporte
Nem parque de diversão
Pode parar de brincadeira.

Querem despejar nosso poeta maior
Do coração do jardim
A gente já viu esse filme
E sabe que ele tem um triste fim<

O violeiro toca
Uma moda bonita
Alegre lava a alma
Com calma leva a vida.
As cordas da viola
Prendem o violeiro
Ele se entrega e enrola
Nesse amor faceiro.

Se a morena chega
Ele quer dividir
Metade é pra ela, que fica com ciúme
E diz que vai partir.<

Enamorar, se perder
Enternecer, se render
Que encanto estas palavras trazem!
Quase não se usam mais
Sei que ficaram pra trás
São simples recordações suaves de velhas canções
No coração vou buscar
E me emociono em propor
Doces palavras, quero overdoses
Por isso

Tem muito caboco bão que toca viola bem
Mas nenhum sabe dizê o que é que a viola tem
Mas nenhum sabe dizê o que é que a viola tem
Até quem faiz da viola seu único e maior bem
Ainda num respondeu o que é que a viola tem

O violero pega a viola
O violero chora com ela

Alguém que veja o infinito com o sol no olhar
Alguém que seja um oceano em que eu possa mergulhar
Não diga nada, não faça nada, não pense nada
Por enquanto só me espere até te encontrar.

Alguém que não faça sentido e eu possa entender
Alguém que ouça o que eu digo e saiba r

Lá, lá, lá...
Plantas e aves, borboletas, lindos peixes, animais
Verdes várzeas, savanas, florestas tropicais
Tudo é tão belo, cores, sons, sol a brilhar
Embarquei em Corumbá, pra navegar.
Suavemente, o barco vai,
Eu desço o rio, rio Paraguai.

Eu e a minha morena nu

Ao padre que te ouve contas
As tuas culpas gentis
Perseguir falenas tontas
Assassinar colibris

Roubar também é pecado
Mas, nas tuas confissões
Não contas que tens roubado
Rosários de corações

Parei, exausto, ao pé da água
Que entre salgueiros se escoa
E desce, num tom de mágoa
Até cair na lagoa

Não vale a pena, não vale
Correr atrás da ventura
Tropeça o arroio no vale
A gente – na sepultura

Eu sou caipiracicabano da gema
Me orgulho em ser do interior
No braço desta viola
Sou formado, sou doutor
Pra cantar verso trovado
Desafio cantador
Quando tô em piracicaba acaba toda minha dor

Lá no rio a passarada
No recanto onde eu nasci
Sentado à beira d,

Dorme, filhinha! Ao firmamento
Sobem mil preces fervorosas
Anda a chorar na voz do vento
A alma das fontes e das rosas

Uma lufada/Que bate às portas
Canta a balada/Das folhas mortas

Dorme filhinha! A fronte inclina
Sobre os meus ombros, e adormece
Como uma est

Da velha casa em que a manhã da vida
Passei – conservo uma lembrança exata
Antes de eu vir ao mundo foi erguida
Perto da serra, quase ao pé da mata

Dá para o sul a frente enegrecida
Ao lado, para um poente de escarlata
Janelas donde, na estação florida
Se aspira o c

Você me apareceu como uma luz
Eu também virei raio de sol
Bem sei que revivi neste querer
O carinho, a alegria, o prazer

O meu tempo pára sem seus braços
Você me neutraliza os movimentos
Pra você minha paixão
Pra você meus pensamentos
Agora, o meu caminho é segu

Deitada na relva
Barranca de um rio
Ouvi os passos leves da água
O som do silêncio
Barulho de insetos
Peixes que estavam de passagem

O sabor do mato
O cheiro da noite
Reflexos da lua na água
Compreendi que tudo
É mais que perfeito
Com a lua prateando

Quando partes, minha alma vai contigo
Minha alma vai contigo a soluçar
E o amor, que eu abençoo, então maldigo
Com as minhas cinco chagas a sangrar!

Sofro tanto no instante da partida
Que chego a desejar, quando te vais
Temendo a angústia de outra despedida
Que nunc

A noite já vem chegando
A lua nova adorna a imensidão
A tarde morreu tão morna
Quase verão, lá fora

Meu coração é um suspiro
Algodão-doce e amora, meu coração
Tá tenro feito criança
E quer brincar, agora

Nem quer saber se vai ter que chorar
Só quer confiar

Se choro de dor e desalento
Só ela pra me ouvir e pra me consolar
É quem me acolhe e acalenta
Se o momento é ruim, se a hora é de aflição
Ela é quem fala, é quem chora por mim
Quando nada digo e não consigo chorar
Só ela docemente, sem perguntas
Me faz companhia na so

Olha o que a natureza faz
Ela é caprichosa demais
Transformando a cascata em eterno bailar
Fios de ouro e prata a se enlaçar
Deslizando na luz, pendurados no ar
Dançando a música doce do amor, cochichando ais
Por segundos, nada mais
Pra depois ondular, cair, desmancha

Te peço um favor: Chega de dizer
Que agora não é como antes
Chega de querer que eu cumpra papéis
Se somos seres mutantes

Se a gente se deita, diz que sou suspeita
No dia em que gosto demais
Se eu não gostei diz que sou suspeita
Pergunta com quem me deitei

Prec

Eu lembro quando mamãe me dizia
Cuidado menina! Cuidado com o lobo mau!
Agora entendo que ela repetia
Aquilo que vovó sempre lhe dizia
Cuidado menina, com o lobo!
Mas tem que a dor e o prazer da mulher
Ela procura, é ela quem quer

E tem que existe o doce bicho homem