Estruturas de metal, óssea e espiritual
As manchetes, schratch, escritas
Entrevistas de jornais
Os retratos, esculturas
Armaduras e murais
Os olhares coloridos
Artifícios colossais
Me revelam do mundo
Quem sabe mais

Bicho da terra tirou o pé do chão e voou

Tenho alma de anarquista
Fogos de artifício
Pólvora, paixões
Você não me conhece
Trago em mim a chama
O perigo, o dragão

Trago o que mina
O que explode
A grande subversão
Dentro de mim
O que não se doma
Que ninguém detém,
Que nada assusta
O d

Quando eu solto a voz
A minha alma se incendeia
Ao sentir que após
Há um brilho na aldeia
Na aldeia, na aldeia
Na aldeia, na aldeia

Clareia como clareia a terra toda
Quando do raiar do Sol
Semeia como se semeia a terra fértil
Do arado ao paiol

Como min

Na beira mar
Entre luzes que lhe escondem
Só sorrisos me respondem
Que eu me perco de você
Que eu me perco de você
Você nem viu
A lua cheia que eu guardei
A lua cheia que eu esperei
Você nem viu, você nem viu

Você nem viu, você nem viu
Viva o som, veloci

Ajoelhou então vai ter que rezar
O que será que é tão difícil entender
Já senti que sou bola da vez
Tá estampado em tua palidez
Essa vida só dá a quem merecer

Pagou, vai ver quando a baiana rodar
O balancê, o fuzuê que vai ser
Acredito que não fui capaz
De fazer

Os homens não estão preparados
Pro que vem adiante
Os sonhos são violentados
Cada vez mais
Não é colorido
O caminho dos amantes
E as gerações avante
Não olham para trás

Pois eu entendo a adolescência
Porque eu sei como é difícil ficar
A condição dos coma

Montado num cavalo ferro
Vivi campos verdes me enterro
Em terras trópico-americanas
Trópico-americanas, trópico-americanas
E no meio de tudo
Num lugar ainda mudo

Concreto, ferro, surdo e cego
Por dentro desse velho, desse velho
Desse velho mundo
Pulsando num

Feroz em nós
Uma paixão de novo nos ameaça
Nos faz vibrar, o sangue flui
Sobe no rosto

De repente a gente fica
Disposto a tudo e tudo é pouco
Não importa que essa loucura
Não tenha alívio
A gente muda

Respira de outro jeito
Arfa no peito sempre uma pre

Nasci entre os extremos do norte e do sul
Vivi sob um Sol quente de um céu azul
Sonhando acordado, cidades, dinheiro
Sofrendo calado como um cativeiro
Comendo os frutos da imaginação
Sentindo-me só em meio a multidão
Sou apenas um simples rapaz do sertão

Ave Maria m

Mire-se no reflexo
Dos espelhos transparentes
Sinta como os olhos
Mal conseguem enxergar

A real imagem
Que mais seja coerente
Sem essa embalagem
Que só serve pra enfeitar

Colete e gravata
Paletó brim cinza escura
Cravo na lapela
Elegância no andar<

Esqueci de mim
Perdi o controle
Larguei as rédeas
Fingi amores
Forjei sorrisos
Sofri demais

De tanto quebrar a cara
Tomei um porre
Fugi da raia
E de corre corre
Tô ai de novo
E não sofro mais

Mudei o penteado
Cabeça erguida
Peito estufa

Quem te vê nem imagina
O que tua outra face trás
A dor de toda heroína
Um amor que não satisfaz

Quem diria que tão frágil
Barco à beira do cais
Voltasse de outra aventura
Com duas faces tão desiguais

Na sutileza do vento
A brisa nos maus pensamentos
Ma

Eu ia passando por aí
Sem vê nem ter porquê
Cabeleira ao vento, calça jeans
Fraque de brim frapê
Bem frapê, bem frapê
Num vazio só, buscando jaz

Ai de quem merecer
A esperança já ficou pra trás
Nada dava prazer
Dava prazer, dava prazer

Zum, zum, zum de

Já corri campos de terras afora
Montes, campinas, açudes, roçados
Já ouvi contos, lendas, histórias
Mas nada como o homem empalhado

Estava lá em meio à hortaliça
De braços abertos feito um Cristo Crucificado
Mais calado, mais sofrido, afanado
Como um amante iludido

Sete dias e sete noites andei
Nas veredas da imaginação
Rebuscando o que foi que avistei
Entre o batente da soleira
Da soleira
E a aba do chapéu
Debaixo da cumeeira
Em rendas e véus

Hê bicho bom
Lá na casa da madame eu vi
Hê, hê, hê, hê, hê
Hê bicho

Enxugue os olhos meu amor
Porque chorar não é solução
Se lamentar do quer foi feito
É se iludir em algum direito
E piorar a situação

Sacramentado fica o dito por não dito
Muitos papéis assinados o doutor tá com a razão
Bico calado fico que nem tico tico
Quando e

Meu maracatu
Faz danças de luas no terreiro
Gira ó meu Az de Ouro
Gira no tempo o balaio
Tapuias e abaunas
No ventre do céu liberdade num raio

Canta todo índio canta
E canta negro pra se libertar
Canta todo mundo canta
Feito passarinho quando quer voar

Ogum meu pai guardião
Vencedor de grande demanda
Senhor da noite e do dia
Protetor desta grande nação
Ogum de maracatu
Teu escudo é nosso saber
Az de Ouro Ogum Ogunhê
Tua vitória nos faz crescer

Ogunhê meu pai Ogum
Az de Ouro vem te saudar
Ogunhê pai Olo

Chegou, o Az de Ouro chegou pra homenagear
Atotô Obaluaiê, o Rei da terra girando seu Xaxará

O Sol da manhã que ilumina
Toda a imensidão
Veio do ventre de Nanã na luz divina
A cura, o bem, a salvação

Mistérios da mãe África milenar
Dádiva dos ancestrais
Remédi