Vamos somar / nossos desejos, / diminuir nossos problemas. / Multiplicar nossos caminhos / e dividir o nosso amor.
Depois / de toda esta operação / vamos igualar / nossos destinos / tirar uma raiz quadrada / de nossas vidas, / fazer uma média ponderada de nossa solidão

O bichinho do mato, fulô / anda de gibão, fulô / um pezinho calçado, fulô / o outro no chão, fulô.
Eu vi a cara do bicho do mato / correndo feito a porra dentro dos canaviais.
Bicho danado, por onde ele passava / ia chupando toda cana e assustando o pessoal.
Se eu me demoro, não corr

Como posso ficar indiferente
Diante das estatísticas da mortalidade infantil.
Como posso ser feliz
Se morre um, morre dois,
Morre três, morre milhões
De crianças desnutridas,
Assassinadas, violentadas
Em seu direito de viver.
Como posso tolerar
Agressão e opre

A dona aranha
subiu pela parede,
veio a chuva forte
e a derrubou.
O sol já vai sumindo
e a lua a surgir
E a dona aranha continua a subir.
Ela é teimosa e desobediente,
sobe, sobe e sobe
e nunca está contente,
O sol já vem surgindo
E a Lua a sumir
E

Na esquina da rua eu vi / um garoto a pedir / um pão pra comer / uma casa pra morar
Em um beco da rua eu vi / uma garota se prostituir / em troca de um vestido, / em troca de uns trocados
Na cosntrução eu vi / um operário cair / no chão duro e sujo do asfalto.
Embaixo da ponte eu vi

Etílico Blue
era assim que se chamava
aquele homem
que vivia de bar em bar
tantas doses ele sempre tem tomado
estar sóbrio era coisa
que ninguém via
que se algum dia estava assim.
Etílico Blue
nada sofria
se era noite
ou se era dia
ou se algum dia<

Ontem eu vi j.m.p. vendendo chiclete, bombons e uma porrada de baboseira.
Compra um tio
Leva outro madame.
Me ajude a matar minha fome.
Fecha a janela filhinha
Não dê trela menina.
Não tá vendo que isso é marginal.
Sinal abriu, pisada forte no acelerador.
Fumaça n

Estou sem saber / se vou ou volto / a ficar com você / você que tanto me fez sofrer / me enganou, me iludiu.
O Teu coração / que um dia pensei me pertencer / hoje eu sei que apenas servi / de bobo em tuas mãos.
Hoje quero que você / sinta na pele / tudo aquilo que sofri / não importa se

Durmo, sou o náufrago / que retorna em sonhos. Com grandes mãos morenas / tocando o rosto em sombras. / Durmo, sou o náufrago / Sem nau, vazio encontro / a tribulação sem esperança. / Lágrimas dissolvendo os seus ossos.
Frágeis como o rumo / dos meus passos de náufrago / nossos corpos brilha

E quando por trás dos olhos / tudo se petrifica / e nada se adivinha, / inútil bater a porta.
A alma quer ficar sozinha / A alma quer ficar... sozinha
E quando por trás dos olhos / tudo fica indiferente / olhamos e nada vemos / ouvimos e nada falamos.
A alma quer ficar ... / A alma q

Vou ficando aqui / Até não mais aguentar / Muito campo espera / Minhas asas, meu olhar. / E nas tardes de inverno / Quando há muito em que pensar, / Voltam os sonhos e vontade / De correr, de voar
Fantasia! Solta as rédeas, / Não te quero aprisionar, / Hoje é dia de viver, / Parar no tempo,

Muitos dos sem-nome estão enterrados,
Alguns nos locais em que foram abortados,
Muitos dos sem-nome não foram esperados,
Outros dos sem-nome foram executados.
Muitos dos sem-nome morreram antes do primeiro choro
Outros tiveram muito tempo para chorar
Outros excluídos, lar

Vejo tantos prédios que cercam a rosa / Já em cima posso até ver / O céu acizentado. / Rosa aflita chora com a solidão
Apenas ela numa estranha jaula / As grades são os prédios, o chão de cimento
E o teto um céu sem sol, sem aves / Um céu acizentado / Uma rosa doente, sem cor e sem vida<