Diz pra mim como é seguir
Em frente mas
Eu vou me ferir
O quintal aberto, o quarto secreto
Você pode vir
E me distrair
Você

Lá, longe
No segundo andar
Brinco de artista
Pouca nota pra tocar
Mas fiz canção
Pra gente brincar

Salve meu disco e

Justos e injustos
Caminham com indulto
O amor a guerra faz
Comprando à vista a paz
Mas é muito além
Todo ismo que convém
Ninguém é obrigado
A conviver com o passado

Ali eu vou chegar
Na esquina eu vou cruzar
Entre copos e rabiscos
Discussões sobre o

Hoje eu vou partir
Em alto mar navegar
Pra encontrar um lugar onde eu possa voar sem cair
E aterrissar num terreno baldio a Deus-dará
Qualquer lugar é melhor do que em suas mãos
Olhou como quem não reflete no espelho
Fitou sem cetim
Cantou como quem não conhece o poem

Quantas vezes ainda vou lembrar até me esquecer completamente?
Quantas vezes ainda vou sonhar contigo até me acomodar
Com a ideia de que você não tá mais do meu lado?
Quantas vezes ainda vou me frustrar?
Quantas vou me ressentir?
Quantas vezes ainda vou te escutar dizer?

Nem Deus e o diabo
Vão se conformar
Nem sua inocência
Vai te perdoar
Muito mesmo o dinheiro
Vai parcelar
Suas falsas esperanças
Rezou pra multiplicar

Zombou do pobre menino
Quando te pediu
Uma chance par ser grande
E você mentiu
Você não fez nada

Toda vez que eu pisco, amanheço
Vejo azul infinito, a cor do teu jeito
E do chão que eu piso cabe o que eu te deixo
Uma pegada, um deslize, meu peso

Em tons de mim, vi, desfaço
Pedaços que eu nem reconheço
Nesse caminhar cabe nosso tempo
Pausas, espaços de afeto