Arreganho a oito baixos que nem risada de China
Faço roncar os bordões enquanto a prima se empina
Voltando a história do sorro que hoje no mais se termina

É que o sorro desta história não pegou ensinamento
Curado da minha surra lá se esqueceu dos tormentos
Voltando a roubar

Achego

Mundo velho sem porteira quanta coisa está errada
Tem gente ganhando fácil e muitos que não tem nada

Com calma e analisando faço como os paisanos
Estoi dormindo a vigiando do tipo dos araganos.

São ladinos bem pilchados quem se achegam no rodeio
Cheios d

Cha amigo pedro de fant
Parceiro de guitarreadas
Vaqueano das madrugadas
Noite adentro e campo a fora
Para que baile de espora
Sem pedir nem dar quartel
Pois já se formou o plantel
Nas bailantas de fronteira
Chamamé, polca e vaneira
Nos dedos do gabriel.

As Pedras São Testemunhas

O canhão dos ditadores , a pistola e o arcabuz
Curvaram a força da cruz na chacina em caiboaté
Tirou a vida de Sepé roubou a terra guarani
Matou o progresso daqui queimando os templos da fé

Mas ficaram testemunhas a contar para os mais novos

Bagual

Fui criado campo a fora sem cangaia e sem maneia
Conheço bem o meu pago e alguma querência alheia
Caborteiro e aporreado
Sou lá do chão colorado pátria da terra vermelha.

Sou bagual do queixo roxo, pescoço ruim de torcer
Baleio os quartos e peleio pois não

Vou contar de uma bailanta que existiu no meu pontão
Indiada do queixo roxo que nunca froxou o garrão
Vinho curtido em barril e cachaça de borrachão

Os gaiteiros que eram buenos davam a mostra do pano
O Carlito e o Dezidério o Felicio e o Bibiano
Cambiando com o Juvenal num

Montei o zaino estradeiro
Me fui fachudo assobiando
No ventre da noite grande
Um baile andava campeando
De longe assuntei o ronco
Da cordeona resmungando
O eguedo na mangueira
Os colhudo retossando
Risada de China e macho
Pra lá fui me aprochegando

Entre

Este é o Baiquara que se alçou no pedregulho
Conheço pelo barulho, batendo o remo na enchente
Igual capincho, sobe a galope o barranco
De barba e cabelo branco, arisco que nem serpente

Ele é ventena, foi bagual no Meretrício
Carregava como um vício cachaça, China e baralho<

No meu pago, tudo é lindo
Desde que o dia amanhece
O galo canta no terreiro
E o sol logo aparece

Clareando o horizonte
Aquecendo toda a terra
Dando alegria nos campos
Onde a beleza prospera

Mesmo a tarde, quando o sol
Se esconde na canhada
Em seguida,

Bem-me-quer, prenda mimosa
Do campo aberto em flor
Que a gente corre nos dedos
Fazendo prova de amor
Que a gente corre nos dedos
Fazendo prova de amor

Bem-me-quer ou mal-me-quer
É um jogo de prevenção
Que a gente faz pra saber
Como está o coração
Que a g

Foi nesses fundos de campo dos confins do fim do mundo
Que berrando grosso e fundo, o boi barroso se sumiu
E muitos índios campeiros saíram a procurá-lo,
Até cansaram cavalos, mas nenhum o descobriu.

Laços de couro de touro, de jacaré-jacutinga,
Rios sangas e restingas,

Anda, anda, minha carreta cantadeira
Pela estrada do rincão que lá se vai
E, cruzando os caminhos da fronteira
Dar os costados nas barrancas do Uruguai

Seus eixos choramingam já muy lentos
Num êra boi! Pintassilgo, Boi Pintado
Sesteia à noite ao abrigo dos ventos
Na

Eu sou um poço de versos
Sou cachoeira, sou caçimba
Sou ramagem que não cimbra
Por mais repleta de ninhos
Sou canto de passarinho
No alumbramento da aurora
Eu sou a estrela da espora
Cantando pelos caminhos
Eu sou a estrela da espora
Cantando pelos caminhos.</

Foi berro de boi no barro
Vaqueano afirma que foi
Larguei no rumo do berro
Campeei, não achei o boi
Larguei no rumo do berro
Campeei, não achei o boi

Campeiro, campos, campeio
Por onde andei, ninguém foi
Perdi recolta e rodeio
E nada de achar o boi
Perdi

Meu canto quando se aldeia
É um rio que seca não corta
Não neceseia maneia
Nem trinco a tranca na porta

No fogo que o canto apeia
Não é o lamento que importa
(Pois a esperança escarceia
No porto onde a dor aporta)

Meu estro afaga e consola
Não tem orgulho,

Eu venho destas estâncias
Dos mangueirões campo a fora
Quando se ergueram as estâncias
Que são taperas na história
E fiz à ponta da lança
O que o Rio Grande é agora

Já me deixaram de fora
Do risco de Tordesilhas
Quando as distâncias de outrora
Eram cortadas

Me ajustei de agarrador numa comparsa de esquila
Se foi a plata na bóia não me ficou nenhum pila
Chegou a safra do trigo me justei com outro patrão
O patrão ficou mais rico meus piás com menos pão

Repontei boiadas gordas para embarcar pelo trem
No prato da filharada ca

Sempre que eu volto pro meu rancho ao fim do dia
Venho a cabresto pela sede da emoção
Pois sei que ela tem ponchadas de alegrias
Pra me servir junto ao amargo chimarrão.

A cuia vai, a cuia vem
Traz um recado e leva junto pra meu bem

Como o calor do chimarrão que reco

Chinoquinha missioneira lindaça como eu te quero
És a flor do mal-me- quer colhido a beira da sanga
Tens o gosto da pitanga estes teus lábios em flor
Chinoquinha, meu amor rainha dos meus encantos
Dois crioulos acalantos desse andarengo cantor.

Tens o aroma das flores chino

Flor gaúcha, alma da querência
Companheira de muitas caminhadas
Fibra de mulher, doce paciência
Das sangas cruzando as canhadas
Fibra de mulher, doce paciência
Das sangas cruzando as canhadas

Companheira, companheira
Que sonhei desde guri
Aroma de flor silvestre