Sentado à beira do cais, na sombra do tamarindeiro
Evoco uma infância fugaz, num vale raiz de mineiro
Nascido no serro, seguiu procurando, cruzou o nordeste inteiro
Com nome incerto, em Jequitinhonha, encontrou o amor verdadeiro
Meu rio é da pedra do sapo, segredo e ilha do pão

Seu menino me dá um tiquinho de sua atenção
Pra alembrar da mulher lavadeira do meu ribeirão, ô diá
Lá do alto da ponte, antonte podia-se ouvi-las, cantar
Andando no asfalto quente das bandas da Asderje, ô diá

Ou da Rua de calçamento da Conacreje
Uma bacia de roupa pesada n

Eis-me aqui, não sou poeta
Mas quero uma história contar
Bem no nordeste de minas
Jequitinhonha tu és meu lar

Lembro a magia do carnaval
As praias o rio, cartão postal
Escolas de samba, o festival e
A igreja mais linda do vale

Dos cancioneiros de cordel
De

Um sem terra, com terra nos pés
Buscando aonde ir
Feito ouro de tolo, nas mãos de um tolo
Em busca de um existir
Nesse vale tão meu, eu cresci
Quis a vida, tive que partir
Mas fiz juras em versos a Jequitinhonha
Ó viola, me leva daqui
Me leva pra Jequitinhonha ó v