Eu vou tirar essa mordaça
Pra falar tudo que penso
É falsa a liberdade no momento
Ainda sangram as feridas da chibata
Dor dos meus ais
Quando o meu corpo era alvo do opressor
A resistência, alma que não se curvou
Na pele a minha identidade
Machado de Xangô, a luz

Raiou a falsa liberdade
Povo de rua ganhou o destino
Subiu o morro sob um céu boêmio
À convite do sereno pra fugir do desatino
Ôô vagou nas bandas de lá
De coreto ao meio fio
Ôô rodou nas bandas de cá
Alma malandra do Rio

É teatro de revista na ginga da arte

Do céu, a esperança enviou
Pelas palavras de um anjo
Uma mensagem de amor
Ó, virgem santa
Te reconheço sempre entre nós
Tu és o ventre universal
A mão que nos afaga e afasta o mal
Pureza da flor, um brilho no olhar
Mãe do salvador vem nos iluminar
Singela oraç

Viola de repente, poesia de cordel
Galope de corcel
Zunir de bala é canção
Rasta pé nesse xaxado
Em meus versos eu te falo desse tal de lampião
Nunca se viu cabra tão valente
Só a Deus era temente
Chapéu de couro enfeitado, parabelo e facão
Histórias que escola nã

Em cima da hora o povo te abraça
Orlando Baptista um samba de amor
Mestre dos mestres, o nosso locutor!
Que a rádio eternizou

Sopra o vento
Pelos oceanos navegar tanto mar!
Caminho para as índias encontrar
Almirante dos mares, tantas terras, lugares
Cruz de malt

Sonhei com linda fantasia
De inclusão, sabedoria
Por um novo amanhecer
Batalhas com um livro na mão
Esperança de ver o ser humano vencer
Das letras sagradas ganhei a vocação
De um peregrino do sertão
Brasil entre achados e perdidos
Surge um elo construído, real ac

Vamos lá Padre Miguel
Tempo é dinheiro e nada do que foi será
O trem apitou, o tempo não para
E o show tem que continuar

E assim, o céu ordenou
O mundo acordou na batida de um tambor
O tempo correu pra marcar
Os compassos da vida
No pulsar dos corações
O Sol