Todo este tempo que vivi
Sem te
Dias frios noites sem dormir
Vivi um vazio, tanta solidão
Sentir repartindo o meu coração
Te confesso que me enganei
Quando pensei
Em seguir sozinho a vida
Estou aqui pra dizer que errei
Me aceite!

Voltei
Porque descob

Há rajadas de balas no morro
Há um grito pedindo socorro
Corpos nus mutilados levados
Por carros abertos pesados
Para serem em valas sepultados
Como se enterram animais

Mães chorosas de olhos vermelhos
Com semblantes tão abatidos
Tudo isso é um retrato, um espel

Pra fugir pra seguir a rotina
De uma vida sem paz, sem razão
Esconder-se atrás da nicotina
Não irá te trazer solução
Recorrer a cannabis sativa
Viajar sem sair do lugar
É pegar uma canoa furada
Que te leva pro meio do mar
Nadando contra a correnteza
Sem certez

Como nos dias de nóe
Os homens vivem como ateus
A indiferença grande é
Crentes apostatam da fé
Fazem pra si seu próprio Deus

Desperta oh noiva do senhor
Sabei que o noivo não demora
Em breve a noite passará
Sol da justiça brilhará
Pois já é a última hora

Nanapunê, nanapunê
Nananauê oh, nanauê, nananauê, nanauê êh uh!

Vê a etiópia é aqui
Vamos sair
Vamos falar
O nordeste é nossa África
Vê a fome dos que nada são
É o trampolim
E a salvação
Dos que venderam a nação

O cidadão já não pode cumprir o seu deve