A natureza nos revela à cada dia
Se faz presente a cada instante noite e dia
E o amor, como ela nasce, e não se cria

O vento sopra o verde nessa estrada quente
O tempo passa e mostra um novo presente
A vida é curta, disso eu sou consciente

Sou viajante do tempo
So

Vento balançando o algodão
Tempo lento, meu coração
Ria, ria, me lembro bem
Água quente do chimarrão
Fumegando no caldeirão
Aquecendo esse meu peito de aventureiro

Noite linda, constelação
Ventania, assombração
Dias, dias, dias imensos
Pelo pasto na plantaçã

Sentado na velha varanda
Buscando estrela cadente
Filhos fazendo fogueira
Acendendo a alma da gente
A vida acesa nos chama
E um violeiro que ama
Corta o silêncio a cantar

Canta pra noite, canta pro dia
Tudo vai se enchendo de alegria
Tudo que inspira poesia<

Eu resolvi ir morar lá na cidade
Fui e voltei na maior velocidade
Eu estranhei o jeito daquele povo
Todo dia uma mania de querer ter algo novo

Tentei dizer que só plantar que dá fruta
Segue na luta pra não desaparecer
E é da semente que sai vida, bela vida
Nosso pon

É sempre bom festejar, e partilhar emoções
Com bons amigos ao nosso redor
A vida é sempre melhor

Mas se um dia qualquer, uma tristeza chegar
Com bons amigos ao nosso redor
Fica mais fácil sonhar

Um causo acontecido uma lembrança à toa
De um tempo esquecido e mais

Fui chamado pruma festa, na noite de São João
Na casa do Raul Torres, tava boa a função
Fandango tava formado mas terminou em questão
Por causa que o Florêncio brigou cum dez valentão
Serrinha tava cantando junto com o Caboclinho
Parmeira e Biá grito deixa nois brigá sozinho<

Tenho o meu burrão de aço, todo prazer eu desfruto
Quando eu tô no lombo dele
Eu entro em qualquer reduto
Toda raia que ele corre sempre é absoluto
Com ele eu faço forgado
Meia légua em dois minutos

Pra passar no rio bufando não preciso de viaduto
Jogo o burro no ba

Há muito tempo que eu saí de casa
Há muito tempo que eu caí na estrada
Há muito tempo que eu estou na vida
Foi assim que eu quis, e assim eu sou feliz

Principalmente por poder voltar
A todos os lugares onde já cheguei
Pois lá deixei um prato de comida
Um abraço amig

Sou antes de tudo um solitário
Esperando a hora certa de viver
E que a saudade chegue provocando
Meu desejo ainda aceso de voltar

Busco alguma luz que me ilumine
Emoção que me domine
Que me faça sossegar
Sigo procurando pelas tardes
Um olhar que me retarde
O

Do que mais eu gosto quando rompe a madrugada
É avistar a serrania e as campinas orvalhadas
Ao longe o cantar dum galo zumbindo pelas quebradas
E um sabiá manhoso cantando na alvorada
Do que mais eu gosto é ir no mato buscar
As tóra de cabreúva, peroba e jacarandá
Com qua

Foi naquela encruziada, a primeira vez que eu vi
O seu rosto tão mimoso,
Ao cantar tão sonoroso, do marvado bem-te-vi
Nessa hora se encontremo, foi então que nóis juremo
Que nós ia se casar,
Arranjamo uma casinha só prá nós dois ir morar

Mas o destino caprichoso, logo v

Sentado na barranca não escondo a solidão
Estrelas tão distantes servem de inspiração
O rio tem uma alma tem a sua própria vida
Mas nesse espelho d'água vejo a minha refletida

A água passa assim prá não voltar
Como um amor perdido
A gente teima em procurar

Mesmo q

Nas minhas andanças eu trago comigo
O valor nos abrigos e a fé na amizade
Das formas de amor, é a mais bem acabada
Tá sempre apartada de qualquer maldade

Nas pausas de assunto, se estou em silêncio
Entende o que eu penso e dilui as tristezas
Sem uma palavra, só com um a

Sou filho do interior do grande estado mineiro
Fui um herói sem medalha na profissão de carreiro
Puxando tóra do mato com doze boi pantaneiro
Eu ajudei desbravar nosso sertão brasileiro
Sem vaidade eu confesso
Do nosso imenso progresso, eu fui um dos pioneiro

Vejam bem

Tinha eu 14 anos quando deixei meu estado
Meu pai era sitiante trabalhador e honrado
Por este mundão de deus eu dei murro no pesado
Quando a sorte me sorria o meus prano foi cortado
Triste notícia chegava, meu destino transformava
Eu fiquei um revortado

Meu pai tinha fa

A vida é um grande desafio que juntos vamos enfrentar
Nos ventos dessa travessia apenas velas prá ajustar

Correntezas, tantos rumos incerteza de chegar
Peito aberto e um sorriso sei que ajuda o caminhar

Sei que haverá perigo e o medo ao nosso lado
Mas coragem não nos falt

Piracicaba que adoro tanto
Em suas curvas me aventurei
E rio abaixo fui recordando
De antigas modas que eu escutei

Nem tantas lágrimas derramadas
Mudaram a cena que hoje se vê
Não chora mais quem perdeu amada
Mas quem o rio queria ter

Já não tá mais aqui quem

Meu companheiro, chega aqui vâmo prosiá
Pegue a viola ou venha apenas relembrar
Olhando o céu e as estrelas no infinito
Deixe de lado essa tristeza no olhar

Quantas pessoas o amor te aproximou,
Que alegria é tê-las prá abraçar
Que esse calor não seja nunca esquecido,

Calendário tá dizendo chegou seu mês de junho
E chegou são João Doidão

Vai, vai ter festa na rua vai ter traque-de-véia
Na subida do balão

Seu Zé Mario é o festeiro já chamou os violeiros
Principiando o arrasta-pé

Sanfoneiro puxa o fole
Nóis aqui puxemo um gole,

Quando a noite é de garoa
Numa rede de taboa balançando rente ao chão
Sob a luz do candieiro um caboclo violeiro
Canta a sua inspiração

E quem ouve o seresteiro ai ai ai
Tem vontade ‘de perguntar
Se um ranchinho de coqueiro
Chega bem prá dois morar

Quando desa