A índia guerreira pediu
Um ponto bonito pra ela brincar
A índia guerreira pediu
Um ponto bonito pra ela brincar

Joelho no chão
Sua flecha na mão
Com toda aldeia
Ela vem dançar

Boitatá, boitatá, boitatá
Serpente de fogo
Boitatá, boitatá, boitatá
Serpente de fogo

Te honramos serpente de fogo
Para purificar todo o mal
Te evocamos serpente de fogo
Para proteger este local

Boitatá, boitatá, boitatá
Serpente de fogo
Boitatá, boita

Não bote fogo na mata
Que a mata tem morador
Quem mora lá é Jandira
Jurema, quem lhe mandou

Na mata tem onça-pintada
Jandira, quem lhe pintou
Brincando com a onça brava
Jandira, a onça amansou

A nossa mata é sagrada
Tupã também mora lá
Chamei o povo da

Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá

Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá
Laiá, laiá, laiá, lalaiá

A chuva cai pra fertilizar
Sentimos o cheiro da Terra no

Almas benditas
Da beira da estrada
Das noite de Lua
E do Sol do sertão

Vós que afugentam as almas penadas
Vozes que ensinam a fé e o perdão

Aprendizados, batalhas e mortes
Com sofrimento e com superação
Almas de um povo piaga que é forte
Antepassados da no

Eu trago a oferenda
Pão, mel, leite a derramar
A Mãe Terra sagrada
Faz chover, fertilizar

Plantamos neste solo
Fé, magia, paz e amor
E espíritos antigos
Amenizam nossa dor

Eu ponho a oferenda
Na folha de Carnaúba
A palmeira sagrada
Salva na falta d

O rito termina
E estamos aqui
Já nos preparando
Para despedir
Já energizamos
Com a nossa oração
E agora fazemos
Nossa dispersão

Folharal, Folharal
Cobre a mata, afasta o mal
Folharal, Folharal
Com folha e casca de pau
Folharal, Folharal
Com a chuva, o verde brota
Folharal, Folharal
Seca e fome ele derrota

Ele é o senhor da floresta
Com as nuvens de chuva, surgiu
Vem trazendo o ve

Pássaros voam na imensidão
Anunciam que a chuva vai chegar
Pra fertilizar este nosso chão
E nos galhos secos, fazer brotar o

Verde, verde, verde, verde
Tudo verde, verde, verde, verde
Verde, verde, verde, verde
Tudo verde, verde, verde, verde

No monte seco, ve

Aqui já tá na hora
Tá no tempo Dela vir
Eu chamo a Deusa Flora
Para a flor, fazer surgir

Flora, Deusa alegre
Flora, traz paixão
Vem dançar nos nossos campos
Enfeitando a plantação

Sou Flora, aqui cheguei
Trago a beleza e o amor
Meus símbolos sagrados

Em fevereiro, já veio a chuva
Fertilizar a minha plantação
As águas correm, nos belos campos
Quebram dormência, germinam grãos

Calor do Sol, força das águas
Vêm e energizam o nosso ser
Lavam as dores, retiram mágoas
Chuvas que vêm nos fortalecer

No campo, enxa

Na roda de viola
Cantando a nossa fé
Dançam bruxas, dançam bruxas
Esse é o poder da mulher

Ilumina a noite
É fogo no caldeirão
Bota pra ferver
Bota fé e devoção
Ervas, óleos
Ervas, óleos
Preparando a infusão

Bruxa feiticeira
Do cabelo cacheado<

Ela reina entre os Carnaubais
Entre as palhas, sua mensagem traz
É Senhora da Carnaúba
Que celebramos aqui

Com o seu manto vertejante e com flor
Ouve o pranto e nos traz seu amor
É Senhora da Carnaúba
Que celebramos aqui

Concedei sua bênção de paz
Senhora

Vive nadando
Entre o Parnaíba e o Rio Poti
Segue os canoeiros
Boa pescaria pode garantir

Vive há muito tempo
Nas águas que correm
Do rio para o mar
Entre os afluentes
No delta, em corredeiras
Ele é visto a banhar

Ei, Cabeça de Cuia!
Amigo das águas

Sinto a força no ar
Energia a transformar
Vejo o sol e as ondas do mar

Uma força oculta
Aguçando minha mente
Divindades vêm me energizar

Eu sinto paz aqui
Força, determinação
Vou recebendo a purificação

Deuses marinhos, emergem
Dispara a emoção
S

Para retomar o riso
Para enxergar a graça
Temos que saber
Nos reinventar

Como Dioniso
Com seu vinho em taça
Pronto pra beber
E a vida degustar
Mesmo com tristezas
Dores e aflições
Enxergar belezas
Sair das prisões

Do peito, extraindo
As ins

Escrava luminosa
Que encadeia gente ruim
Libertai quem sofre preso
No inimigo, dai um fim

Oferenda te dedico
Pra justiça se cumprir
Com sua luz e sua magia
Traga a paz para eu sorrir

Oferenda te dedico
Pra justiça se cumprir
Com sua luz e sua magia

Para iniciar o ritual
Saudamos os donos da terra

Evocamos agora os guardiões
Deuses e espíritos que habitam por aqui
Com sua energia, viemos consagrar
O rito de magia, para os deuses honrar

Evocamos agora os guardiões
A presença divina, nós viemos sentir
Todos

Quando o Sol nascer neste céu
Todos verão seu poder
Força divina que traz
Bênçãos pro povo que crê

Surge e ilumina esse chão
Brilha no alto do céu
Do litoral ao sertão
Pai Sol, vejo percorrer

Dai as mãos, levantai, adorai, o Deus Sol
Ele vem, faz brilhar,

Oiê oiê, oiê oiá
O sol daqui já vem dourar
Oiê oiê, oiê oiá
Cocal de palha a balancear

Comer caju
Colher, vou lá
Pegar castanha
Pra torrar

Tira da terra
A mandioca
E amendoim
Pra fazer paçoca

Oiê oiê, oiê oiá
O sol daqui já vem dourar