Ela sabia escrever
Mas só queria o amor
E não sorria
Por não saber sonhar

Então alice foi
Atrás
De amar

Alice ganha
Alice perde
Alice aprende
A sonhar

Com seu retorno tão contente
Escreveu uma canção
Que convidava toda gente pra
També

Manhã de janeiro
Sua saia a rodar
Dançando sem rumo
Sem eira nem beira-mar

Carinha de sono
Sorriso sincero
Pés descalços no chão

Me faz
Um cafuné
Quando tudo passar
Aceito ser seu par
Se ainda quiser dançar

Me faz
Um cafuné
Quando tud

Oh oh

Escrevo enquanto enxergo
Olho enquanto tento
Mergulho enquanto nado
Paro enquanto vento

Tento enquanto trago
Sopro enquanto lento
Tato enquanto afago
Choro enquanto alento

Faço enquanto travo
Voo enquanto lembro

Enquanto em mim não falo

Atravessa
O que teu
Tem em mim
Nunca foi
De ninguém

Já não é
Nem mais meu
Nem mais seu
Nem sei

Entre
O agora
E o depois
O tempo
É uma flecha
E eu
Um alvo
A navegar

Então vai, que nesse disse que me disse
Você diz que isso não diz mais nada

Mas seu olhar e o seu sorriso de canto de boca
Não disfarçam

Que o que foi dito já não cabe nem sequer
Em mais uma palavra

Nos resta o toque
Esse desejo torpe
Essa vontade falha

Se você outono, eu me despedaço
Se você inverno, eu me comporto
Se primavera, me deixo florescer
E se verão, pouco me importo

Se você outono, eu me despedaço
Se você inverno, eu me comporto
Se primavera, me deixo florescer
E se verão, pouco me importo

Que veja

Nos seus olhos fechados
Um universo
Os meus, abertos, navegam
Na paz do semblante calmo
Do olhar sereno

Continuo a velejar
No imenso que contemplo

Transito pelos lábios entreabertos
Como quem atravessa
As corredeiras de um rio
E se afoga ao tocar
N

E se eu fosse o céu azul
E seu eu fosse o mar
E seu fosse o vento que te toca a pele
Ao te encontrar

Você ia
Comemorar, cada núvem que entrasse pra me afastar
Você ia
Correr e mergulhar
Ou ia por os pés, e se assustar
Ia abrir a janela, pra eu entrar
Ou

Foi você que me guardou
Minha abelha rainha
Quando a noite vinha
Tantas flores tinha
O seu mel

Me mostrou tanto encanto
Num voo longo
Fez do meu choro
Aprendizado
Umbilical

Fez do colo um refúgio
Um relicário
Contou histórias
Se fez gigante

Tentei não me perder
Seguir o mapa
Não queria transbordar a taça
Diluir a dor e sentir
Que o fim não é aqui

Reconhecer
Pertencer
Permancer
Ser

E tocar a textura dos seus medos
Encontrar os teus segredos
Desvendar tudo que é

Tudo que é não é o

Em meio as árvores
Me debruço em folhas
E contemplo o azul do céu
O amarelo das folhas de sol
Que transformam o inverno em canções ardentes

E me fez morada
De sentimentos bons
Onde a raiva não tem vez

Esse teu poder de transformar
Mágoa em poesia
Meu p

Escrevia no espaço
Hoje, grafo no tempo
Na pele, na palma, na pétala
Luz do momento

Eis que a luz se acendeu na casa
E não cabe mais na sala

No tempo, distância, praça
Que a pausa, asa, leva
Para ir do percalço ao espasmo

Eis que a luz se acendeu na casa

Se você outono, eu me despedaço
Se você inverno, eu me comporto
Se primavera, me deixo florescer
E se verão, pouco me importo

Que vejam!

Desde que você folha; e eu galho
Você vento; e eu ninho
Você morada de joão-de-barro
E a gente em algum canto
Juntinho<

Dentro do seu peito tem um lugar
Onde mora a paz que te roubam
Levam o brilho

Mas é só teu o caminho
Com as pedras e o jeito de olhar
Você sabe bem

Voar é só questão de saber
Onde pousar quando as asas já não puderem mais bater
Você é seu

Voar é só quest

Lembro do teu olhar
Do teu olhar no meu
Lembro do dia azul
Sei que já se esqueceu

Lembro que o teu olhar
Já não encontra o meu
Mas não custa lembrar
Da gente na sacada
À luz do luar
Centro da cidade
Os carros a passar
Lembro do teu olhar
Do teu o

Dos escombros que me encontro
Desencontro o que foi teu
Recomeço do inverso
Reescrevo o verso escrito teu

Que me fez assim tão só
E no inverso um verso meu
Que se fez assim tão eu

Transfiguro-me
Em assovios e abraços
Poemas ventos
Nuvens e cafés

Reinvento-me
Retiro a forma
A fôrma
Os laços
Os olhos densos
O peso dos pés

E transcendo-me
No chão distante
Há largos passos
E olhos lentos

Disforme eu sou maré
E

Leve, mesmo se pesado um pedaço de mim
Faça dele muda, de qualquer rotina
De qualquer conversa, de qualquer jardim
Regue

Com as suas mágoas, vindas de outras águas
De qualquer desague, de outros sete mares
De qualquer início ou de qualquer fim

Veja, florescer viol