língua esfrega sua lábia
na proveta solitária
no seara da boceta
como quando se levanta e mata a barata
que passou arrogante
clarrise cheque e mate
primitiva alta-tek populira minha língua
alta-tek populira primitiva vai dançar
vestida de picasso
no carnaval e

bagdá, bagdá
não dou, não dou
e nem vou dá

ira que dá no meu peito
ira que dá essa dor
ira que dá no kuwait
ah!... iraque que horror

ira que o amor não dá geito
ira que vem da torá
ira que alá tem no peito
ah!... bush vem me pegá

pra catar lá no

A flora agressiva abre ao sertanejo
Um seio carinhoso, amigo, benfazejo
Na terra quente todos os recantos se abrem
Imenso lar sem-teto node todos cabem

árvores, minhas velhas companheiras festivas
abraço-as cercado de relações antigas
conheço-as todas, juntos nascemos,

meu olhar mergulhou
pra dentro do seu olhar e olhou
como um míssel olha apaixonado para o alvo
como a bola ante-vê o gol
como a pólvora olha pro fogo: explosão
e a sede diante de um ribeirão
e viu beleza na sua natureza
no trabalho nobreza
amor

sambamaria aparecida nossa senhora mãe do brasil
santa mãe menininha da fé
do axé-shalon-salamaleico-saravá
que há no recôncavo da sé
no rito da comida-bebida dança do afoxé
no mito da escola de orixás cantantes do candomblé
quanto maior a sinceridade maior é o segredo

É a noite no meu leito um açoite
Trago dentro do meu peito um cofre que não quer fechar
Pra você entrar e anunciar
No luar do calor do meio dia
Que a metade da vontade é cheia do amor, não da paz
E o terror-silêncio-abismo
Faz você bater no cais
Por todos os lugares o

o super-homem ama
o super-homem canta
o super-homem beija a boca
o super-homem faz com a boca
ritmo-poesia: samba
o super-homem voa de parangolé
o super-homem chora como uma mulher grávida
o samba chove-colhe-recolhe-relembra
abriga o zemba
o samba incendeia c