Tem zoeira amor
E vamos sacudir
Com a Flor da Mina do Andaraí

Era uma aldeia florada
Onde a paz fez morada, em meu interior
O índio plantava e caçava
Vivia feliz como sempre sonhou
Com a chegada da cultura e a colonização
Veio sofrimento e dor com a disseminação

Tupã abençoou este destino
Jaci vagueia na tribo dos Carajás
Bons ventos que sopraram as caravelas
Pra esta terra amor e paz
Os bravos Bandeirantes desbravaram os sertões
A tropa na trilha, fundaram as vilas
Abrindo as portas pras missões
Como um sopro divino no pé do

A vela me fez navegar
Conhecer os continentes
As belezas desse imenso mar
Aonde o sol vem se banhar
A vela como luz da vida
Está presente na religião
É chama pra alma
Pro corpo é paixão
É romaria é procissão
Um beijo molhado
Num jantar apaixonado
A luz

Hoje eu sei o seu valor
Pena que a história ocultou
Na criação do universo na pele seu amor e afeto
Sentimento num destino sofredor
No mercado mercadoria, na lavoura um ardor
O chicote um castigo, na senzala um horror
Libertados e livres do contratador
Foram exemplos

Meu povo não sucumbiu a tanta maldade
Glória de quem lutou por igualdade!
Soweto é gueto, força da favela
Se a pele é negra, é sangue de Mandela

Ê, Madiba!
És pétala retinta dessa flor da mina
O guardião de punho e cabeça erguida
A luta do negro ainda não cessou

Um corre-corre um alvoroço em Lisboa
Anunciada a temida invasão
Dona Maria conhecida como a Louca
Vem pro Brasil com o regente D. João
Deixou a ver navios Napoleão, que queria
O domínio de toda a Europa por ambição
Abrindo os portos nosso grande Estadista

Eu sou fiel ao meu pavilhão
Pra sempre vou te amar
A flor da mina hoje é você mulher
E essa voz ninguém vai calar

É verde o ventre que semeou o amor, ôôô
A natureza lhe bordou em flores
Nutriu o teu solo com tanto esplendor
Então nasce um menino
Que nossa senhor

Salve Cosme e Damião
Por me proteger
Sou criança Flor da Mina
Só quero vencer
Aos gêmeos vou pedir
E esse dia nunca acabar

Ontem eu dormi mais cedo
Nem do escuro tive medo
Meus santinhos Iriam me guardar
Amanheceu, o galo já cantou
Nem sei por onde começ

Carioca eu sou, malandragem
Fiz dessa floresta a minha paisagem
Um rio de amor pra gente sorrir
Com a Flor da Mina do Andaraí

Ita Hangá
É pedra, é lenda Tupinambá
E Deus Tupã vai me guiar
Nessa sublime natureza
A fauna, a flora sem igual
As águas, sagrada cr

[Enredo: Quilombo Urbano da Resistência Negra!]

Cazuá de toda resistência
Onde a arte é consciência
Poesia mora lá, é lá
Templo ou palácio, um terreiro
De quem já nasceu herdeiro
De olorum e oxalá
Já morou no lins até sair
Pra fincar no andaraí
Sua sede, sua