Foram precisos alguns anos e um pouco de sangue
Para chegarmos à estação.
Pensavas no futuro
E o amor seria tão somente
A única nota que faltava à dissonância, então perfeita.
Mas... Mas... mais vale uma verdade fatal
Que mil mentiras perfeitas.

Disseste que se onte

Pensava-se em ser humano, mas
Seres humanos não se encontram em qualquer lugar...

Eu vi os homens indo embora
As lágrimas caindo
Como se fosse fonte
Alimentando a dor, não existia o amor
Estava escondido
Em meio à sua terra
Não existiam guerras
Que gente tão

Eles querem o mundo, eles correm o tempo num segundo
Eles sentem fome de tudo, eles não são mudos
Eles gritam, mostram os dentes
Eles são profundos
Os velhos vão sozinhos
Eles vão aos bandos

Eles são do mundo, assim desejam ser
Constroem seus castelos de veludo, suf

Ceifa
Face à face da ceifa
Face ao fato da ceifa
Quanto tempo de ceifa.

Trigo ao vento haverá
Face à foice da ceifa.

Foi-se o tempo de chorar
Toda a terra viverá
O momento da ceifa.

Todo o joio queimará
Todo o joio queimará
Todo o joio queimará

Olhem quantas crianças estão
Armadas, perdidas.
À noite posso enxergá-las bem longe...

Seus olhos não guardam a pureza que houve
Por tantos dias
Nos campos secos, escuros,
Sem uma folha erguida...

E, quando amanhece, jogadas ao chão,
Despertam famintas

Olhe as folhas no chão
Existem homens também
Secas tomam sertões
Embebidos de aricidade.

Queria poder crer que existe um bom lugar para te dar, te dar
Que além desse vermelho-carne
Existe um verde tolo de pureza, pureza.

Galhos secos clamam aos céus
Pedind

Hoje eu sonhei que estava vivo
Era negra a minha solidão
Vi a noite anunciar o frio
Vi as luzes embaçadas

Hoje eu me deitei como um cão vadio
Como uma lágrima abandonada me encolhi de arrepio
Como um doente contei os dias
E me vi busca do descanso eterno

Hoje

Acenda um cigarro de palha
E saia para a lavoura
Aqueça a sua migalha de pão.

Levante a sua enxada
E cave uma cova, um vão
Que caiba a sua formosura de João.

Mulher, filho, filha: herdeiros
Um cheiro de maldição
No osso o seu cativeiro e o cão
Paredes de b

Vamos andar pela noite
Como se fosse o dia, se o dia fosse.
E ninguém, ninguém nos verá.
Somos diferentes
Mas estaremos iguais a qualquer um.

E os dias serão como as noites
Como nunca foram antes
E também será como o vento: livre, livre...

E ainda igual será o

Vamos reescrever a história
Contar a verdade
Viver o momento.
O momento perdido
Sangrar com ele
Aplaudir a vergonha
Suportar a ferida.

Nunca a tortura
Jamais o perdão
Viver a história
Mudar o momento.
O momento perdido
Suportar a vergonha
Apl

Eles foram muito cedo
E deixaram suas famílias
Suas mães que queriam ter
O prazer de sentir suas mãos
E não viram que tudo era vão
E um dia, sem dizer adeus
E nem quando iam voltar...
E os seus braços
Ah! como estão doendo
E eu não posso mais comigo mesmo

No passado foram uns bravos, povo de pele ardente
Com sede de justiça, ninguém os continha
Vitorioso de todas as batalhas, quem há de te reconhecer?
Ontem povo guerreiro, hoje povo iludido
Antes insurreição, hoje carnaval
O que será de ti, oh! grande povo?
Como lembrar do

Renascerá, um dia nascerá
Das cinzas dos homens, da brasa do tempo
Usará o medo da vida, caminhando entre os fortes
Esmagará os fracos, doutrinará os tolos
Perseguirá os sábios, perseguirá os sábios
Renascerá, será o dono da vida
O caminho da morte andará sobre a terra

Veja a nossa casa
Ela está tão pobre
Seu chão está sujo
Ela é o paraíso

E os seus rios
Um dia foram lindos
Agora olhe pra ela
Veja o que fizemos

Você ouviu os antigos?
Eles também choram
Morreram também
Foi o progresso

Ele nos salvará
Ele

Que matéria, sem matéria,
Sem razão.
É só anarquia, rebeldia,
Teoria em vão.

Pode ser química, aritmética,
Tem mais estética:
Tem mais a ver.

"Não existe ordem, é desordem".
"Não existe ordem, é desordem".
"Não existe ordem, é desordem".

Os perfeito

Palavra sã, palavra amiga
Palavra forte, incontida
Palavra cura a tez ferida.

Palavra lava a suja vida
Palavra achada, palavra tida
Como perdida, palavra viva.

Palavra amada, palavra antiga
Palavra jovem, recém-nascida
Palavra doce, linda palavra.

Palavr

Quando eu era virgem
E não ouvia soluços de pátrias e mães ultrajadas
Quando a ignorância era minha cultura
E os meus olhos fechados ao existencialismo de viver
E os erros normais
Quando a bruma da paixão não era sentimento nem horror
Era feliz
E percebi que não vivi.

Nascemos do mesmo abismo, vivemos o mesmo caos
Olhando todos na praça, "zil" homens, homens-animais
Uns passam nos automóveis, se acham seres imensos
Seus filhos crescem à sua imagem em futuras vãs criaturas
E sofrem por isso, e sofrem por isso...

Olho pro alto e não vejo u

Onde estão os meus olhos? Quero ver o vento que sinto
Levantarei a terra para encontrá-los
E o céu render-se-á a mim.

O vento que sopra em meu corpo
Um dia foi meu o mundo
Mundo escondido, apenas o cheiro de um novo dia
Como encontrá-lo, se todo dia é um novo dia?
E

Nossos sonhos já se foram
Os pesadelos vão ficar
Quanto tempo teremos de esperar
Para saciar nossa sede de viver.

Os caminhos vão surgir
Não teremos como trilhar
Ficaremos sem destino
Sem alguém que nos ame.

Estou ouvindo teu coração
Ele tenta se expressar