A gente finge tão mal
Devia nem mais se ver
Lá fora um cadafalso
Pra mim, pra você
Não vê? Não percebe?

Metade da cidade
Em pensamento já nos persegue
Figa! Povinho pra gostar de intriga
Mas me diga, minha amiga, o que vamos fazer?

Sabemos bem que nesse jo

Se precisar de um pedreiro
Se precisar de um cantor
Se precisar de um ator
Se precisar de um dos bons
Se precisar de um roteiro
Se precisar de uma sugesta
Se precisar de um retiro
Se precisar de uma intera
Se precisar de um garçom
Se precisar de um artilheiro<

Trago no sangue no sonho
Falar castanho verde olhar
Fui batizado no fogo
Ouvindo e cantando

Quem bebeu água da fonte
Não vai se esquecer
O que eu sou, eu sou em par
Não cheguei, não cheguei sozinho

Trago no sonho e no sangue
Motivos para lutar
Ladeiras

Eu fui criado na fronteira
Meu sangue e de arara
Pense numa disposição
Eu sou do clã da pá virada

Eles matam e desmatam
Envenenam e escravizam
E explodem tudo
Eles mancham e desmancham
Envenenam e traficam e roubam
Tudo

De farda ou á paisana
De ter

Onde estou agora que cheguei aqui
Onde estou agora eu estou feliz
E não é ouro, prata, mel, sal, céu, senhas e fotos
Não é a nave, troco, transe, festas, chaves, cordões e pisantes
Só você meu destino me basta

Sem início nem fim
Nós somos estrada
Sem início nem fim<

Não sei se estava com sono
Ou se estava chorando
Ou se estava atuando
Talvez

Palavras que eu deixei pra trás
Com outras mais
Descansem

Efeitos especiais
Um roteiro bem amarradinho
E os teus olhos
São duas jabuticabas sim

Roteiros especiais
Um

Embruteci
Colhendo as flores mais suaves
De onde vim
Partiu toda a minha saudade

Amanheci
E o tempo canta a minha idade
Sobrevivi
No seio da minha verdade

Eu não sou daqui
Mas tenho alguém
Que me faz capaz de ir sempre além
Triste quem não tem

Quando eu acordo
Sem os beijos da minha menina
Acordo todos os vizinhos
Dá pra escutar da esquina
O meu lamento
É porque dói no peito
O medo de ficar sozinho
Faz ela voltar, Deus
Faz ela voltar e ficar

Viver
Viver em desconfiança
Dois pesos e duas medidas
Para tudo que tem importância
Cortar
Ferir com os passos da dança
Magoar o mal amigo
Arrancar do destino a trama
Se a felicidade não é algo
Que se possa sonhar
É melhor esquecer e partir pra outra
V

Norte, vento, vela, barco, porto
A mão amiga e beijada
Os atalhos do repouso
Se não conta com a sorte
Conta de novo

As coisas acontecem
De uma hora pra outra
Mesmo que demorem
A vida inteira para acontecer

Ponto, sinal, parada
O pé na porta de casa

Um nome
Uma marca
Uma data
Uma safra
Um parente
Um distante
Um retrato
Um auto
Um esquece e o outro morre
Mas só quem morre sorrindo vai pro céu
Às vezes eu ando mato
Às vezes eu paro e morro
Às vezes nessa província
Eu sinto que os fracos

Você tem medo de gostar de mim
Você tem medo do meu veneno
Por isso passa o dia inteiro assim
Dentro de casa se remoendo

Tem medo do meu samba
Tem medo do meu fado
Tem medo do que eu penso
Tem medo do que eu faço

Tem medo do meu toque
Do meu ponto
Da m

Ei dia, um galo canta
Na crista do sol nascente
Pra todo mundo acordar

É de manhã, é de manhã
De manhãzinha
Vou plantar uma semente
Ver o milho pendoar

Contar os dias
Pra São João chegar ligeiro
Acender minha fogueira
Na sanfona chamegar

Noite de

Não tem viva alma no terraço
Não tem viva alma no jardim
Não se ouve passos pela casa
Não há viva alma em mim
Não existe isso de carinho
Confiança ou consideração
O que restou de nós
Vai além de um peito vazio

Eu me apresento assim
Eu sou pura mágoa
E se