Cor de um só tom
Paz disseminada
Luz que traz a luz
Aláfya!
Branco que conduz
Rumo das estradas
Guia que me guia
Aláfya

Ora Yê Yê Ô
Paz de outro lugar
Ora Yê Yê Ô
Um rio

Aláfya
Ora Yê Yê Ô
Paz de outro lugar
Ora Yê Yê Ô
Um rio

Às vezes eu me sinto como se tivesse nascido ontem
E quando percebi, ontem nasci
Pessoas andam à noite pelas ruas
Como será que elas são?
Sei não
E a resposta, sempre a mesma, sempre é aquela
Me roubam, me drogam, me cobram, me dobram, me xingam, me miram, me fitam, me to

Essa cidade parece fumaça
Parece que passa por cima de nós
Essa cidade, paixão e ameaça
Sirene e pirraça, vidraça e faróis

Eis que, de bike na esquina
Um cara com sua menina
Pedala sua própria sina e estende a mão
Acena pra o mundo inteiro
E mesmo que sem gasoli

A nova Lua alta
Sobre a rua mesma
O mundo trilha e sou fora de moda
O novo é o ovo de Leminski
Eu não inventei a roda

Na primeira manhã que te perdi
Acordei mais cansado que sozinho
Como um conde falando aos passarinhos
Como uma bumba meu boi sem capitão
E gemi como geme o arvoredo
Como a brisa descendo das colinas
Como quem perde o prumo e desatina
Como um boi no meio da multidão

De olhos vermelhos
De pele branquinha
O preto de tudo
O preto na rinha
O preto de todos
O preto veludo
O preto raçudo, peludo, mascavo

Eu travo um papo de preto
Eu travo um papo reto
Eu meto o pé no papo de preto

De olhos vermelhos de pele magia
De

Deixo em suas mãos esta canção
Que vai a ti quando de mim
Sai por aí
Mas só sei falar pelo cantar
Da minha voz, da minha mão, do meu olhar

Quero andar nesta estrada de sol
E nas esquinas de oitavas cantar
Sinto em ti a pulsação
Dessa canção
Que nasceu em mim

Tá relampiano
Cadê neném?
Tá vendendo drops
No sinal pra alguém
E tá vendendo drops
No sinal, ninguém

Todo dia é dia
Toda hora é hora
Neném não demora
Pra se levantar
Mãe lavando roupa
Pai já foi embora
E o caçula chora
Pra se acostumar
C

O meu amor por um tempo morou
Na Rua da Graça
Na Rua da Graça teve fim a nossa história
O meu amor passou ao Largo da Vitória

E o meu olhar ainda buscou
As águas da Baía
Mas todos os Santos estavam distantes
Não houve resposta e o meu coração
Ficou batendo a esm

Sabe, o que eu sinto é tão grande
Que não cabe mais em mim
E quer sair em forma de canção
Assim
Te amo tanto
Te amo tanto
Te amo tanto que dói

São tantos anos no mesmo
Sem poder esquecer
Nossas carícias e beijos
Ainda me fazem tremer
Te amo tanto

Numa tarde de maio
Guarde as coisas novas pra depois
Eu preciso das velhas matérias
Um bolero, um veneno pra dois

Avacalhe meu corpo e meu cabelo
Desintegre meus ossos, meus medos
E me deite sem paz nessa cama
Esqueça de si sobre mim
Com toda circunstância
T