A poesia meu bem
Não leva ninguém
A lugar algum
O que leva é verdade
É a vaidade
E o homem que foi feito de um sopro
Hoje fica triste se não tem um carro

Então é isso
Agora tudo ficou claro
Então é isso
Agora tudo ficou claro
Só existe poesia ap

Ando só
E minha solidão tem uma cor
Cor de silêncio que não dá vontade de explicar
Penso logo insisto
Logo atiro a primeira pedra
O primeiro tiro
O ponto final da linha corrente
Que gira o mundo
Que prende a gente
O corpo no chão a alma no espaço

Vejo co

Coisas passam sobre mim
Passam sim
Passa um pássaro rojão
Avião

Passa areia passa pó
Helicópteros
Passam bolhas de sabão
Nuvens negras vãs

Passando por mim agora
Lentamente é você
Abelhas zunem, satélites
E planetas que não se vê

Coisas passa

Nem mesmo ele sabe
Como foi que perdeu
A sua dignidade

Nem mesmo ele sabe
Quando foi que perdeu
A sua dignidade

Veja só
Que noite bacana
Deixa eu ser
O teu pensamento
E te deitar
Num chão de cimento
Frio

Veja só
Por entre a neblina
Deixa eu ser
O que te ilumina
E transcrever
Teu corpo na areia
Cio

Pois nas entrelinhas do meu sorriso
Há
Um

Me dá uma tristeza
Quando saio do cinema
E o mundo real, mundo real
Vem me esbotear
Com seu roteiro
Cheio de deslizes
Histórias sem glamour
Feia fotografia
Quem é o diretor
Desse filme b
Que sou obrigado a ver
Todo o dia, todo o dia

Pensou um dia em trabalhar
Pra passar o tempo
E ter dinheiro pra gastar
Vestir suas roupas e um violão

Tentar a vida onde puder
Ter o mundo em suas mãos
Estar por cima e ter razão
De ter razão

Mas foi a vida que levou
Foi improvisar
E agora tá aí

Onda vento
Vertigem
O teu corpo nada nu
Por onde passa o tempo
No infinito céu azul

Movimento
Passagem
Pensamento incomum
Suspendo o meu silêncio
Querendo ser apenas um

Repleto selvagem
Distante do que sempre fui
Por todos os meus poros
Ten

O rio percorre
Vê se entende a marginal
De carros emplacados
Fumaça de cigarro feito à mão

O chão sacode
O asfalto podre marginal
De placas e esquemas
Fumaça de poluição

Vejo quase tudo
Por trás do vidro escuro
Que me protege de você

O sangue suj

Eu pensei em mim
Pensei em nós
Fiquei sem voz
Perdi meu chão
Em vão
E sem querer
Chorei

Vai, sem me avisar
Sem me obrigar
A ver você
Partir

É melhor assim

Um zum-zum-zum zum-zum-zum
Tá rolando a seu respeito
dando conta que cê já não tem mais jeito
Botou nos cobres, gastou tudo que pode
Rei do calote, 171

Um zum-zum-zum zum-zum-zum
Tá rolando lá na vila
Que tem malandro até fazendo fila
Pra te cruzar e te dar um f

Não vou desperdiçar
O tempo que ainda resta
Perdendo tempo com você

Vou me desvencilhar
De tudo que não presta
Pra começar vou te esquecer

De tudo que eu tinha
Que acreditava ter
De tudo que me consumia

Vou esquecer

Meu amor o cinema
Que havia
Na avenida principal
Fechou
E agora é uma igreja
Que a paz esteja com você

Meu amor o poema
Que eu fiz
Se parece com um filme Nouvelle Vague
Que agora vaga por aí

Já não sei mais nada

Meu amor, meu instinto
Me mant

Espero ver você de novo
Nem que seja de soslaio
Como um raio que atinge duas vezes
O mesmo lugar
Minha mão atrevessando o vidro do teu corpo
Meu olhar te convidando pra entrar

Na ponta do meu lápis
Está escrito o teu nome
Diamante que eu queria lapidar
Palav

Há portas demais
Nesse cômodo
E como eu me sinto não há
Pessoa ou ilha que vá

Dizer o que eu sinto é fácil
Difícil é viver nessa ilha
Pessoa sozinha sem par

Essa é pra nós
Que dividimos os copos
Ofereçemos os colos
Damos de ombros

Beijamos os olhos
Saboreamos solidão
Alimentamos jornais
Perdemos noção
Relógio quebrado
Tragando amplidão

Não vou pensar
Não vou querer
Perder de novo
Pra ter um sonho meu
Preciso primeiro descansar
O tempo insiste em não parar
E eu quase nada aprendi
Troco de ar pra respirar
E existir como puder
Sem paz
Quando penso em você
Ainda quero insistir
Em viv

Você não me satisfaz
Você não me dá coragem
Não me deixa entender
Não me deixa ter vontade

Quero ser o que eu sou
Me expressar na malandragem
Liberdade aqui estou
Pra viver

Enfim
Te digo
Que não estou disposto a ser
Seu cão

Você insiste em

Eu entrei
Sem saber
Sem querer
Me mostrar
Vi teu nome
E o meu
Nas cartas da sorte

Me perdi
Sem querer
Quando fui
Te procurar
Quase agora
Percebi
Que não tem caminho

Vejo sinais desde todo o sempre
De encontrar flores nas esquinas,

Não sei quem foi que fez
Correr notícia assim
De boca em boca fez
Chegar o fato em mim

Você se arrumou
Você se produziu
Correu atrás do azar
Na sexta as 3:00 num bar

Basta estender a mão
Pra não faltar ação
Basta jogar um lenço
Pra receber farol