É terra, que tem no ventre da mãe das águas
É lama, que tem nas águas da mãe da terra
É mãe, que tem na terra das águas claras
É fogo, que tem nas pedras de cor escura
É o sopro da brisa leve na tempestade
É o vento que sopra forte quando deseja
É belo quando se ama na mo

Um pé de goiaba
Trazido no vento
O vento que leva
O meu amor

Semente regada
De dor liquefeita
A espera plantada
No meu quintal

E na sombra do pé de goiaba eu sento
A bordar um enxoval de espera
Ai na casa de mulheres Julietas
Eu desejo um Romeu que

Fez mandinga meu pai
Fez mandinga pra Deus
Para os filhos seus, abençoar
Sem ver a quem, ô ô

Pros seres de luz e das trevas
Pra quem não acredita em reza
Pra quem tá no mundo vagando
Em cada porteira um canto
Um ponto é uma prece prum santo
Nem sempre oferen

Elisa chegou
Chegou toda pintada
A moça se banhou
Com erva perfumada

Depois ela jogou
Vinis pela calçada
E a rua até tocou
O jazz da madrugada

A bela dançou
Na noite enluarada
E o mundo ali parou
Pra ouvir essa toada

Na nova estação
Elisa

E pra falar de fé
Filho de pemba é
Que vai se apresentar

Benzeu seu patuá
Dançou um ijexá
Para o seu orixá

E vêm lá de guiné
Os “preto velho” à pé
Seus filhos abençoar

A cablocada toda do juremá

Menino de angola
Nos dê proteção
Coroa de zam

Essa luz que incide sobre ti
Revela tua sombra

Essa solidão
Que hoje me refaz
É melhor chamar
De solidez enfim

Sigo solo
E é preciso solar
Por os pés no chão
E desenhar melodias no ar

Sigo o vento em assovio
Vou na vela de um navio
Encontrar<

Senhora Aparecida
Senhora que eu vi chegar
Na luz da estrela guia
Senhora mãe do céu, dona do mar

Há de se ter fé
Há de se encontrar
Mãe menina preta
Do meu congar

Vem pra perto,iluminar
Toda a cidade,iluminar
E as crianças,iluminar
Toda essa gente

Samba é de Eleguá
Como a régua é de medir e de traçar
Como a trégua é o momento de parar
E a mágoa é pra calar

Samba é de Eleguá
Como a água é de beber e de lavar
Como a língua é pra comer e pra falar
Como a légua é caminhar

Eleguá é viajeiro
Mensageiro de

Foi de um moço que veio trazendo mandinga
Anunciando um anjo de banjo tocando cuíca
Que eu senti o tempero
Provei da ginga
E percebi que o meu prumo se alinha

Com a zuela cantada pra oxum nas esquinas
Com a leveza que a navegação nos ensina
E com a chama de candeia

Eu vou rodar todo planeta
Com a força da minha baqueta

É folia é maracatu
É rei coroado
É bandeira, é fita
Vestido de chita
Estrela na testa
O sagrado e o profano
Na mesma festa

Eu sinto o umbigo do mundo
E vejo o semba girar
Jurema, calunga, marun

Vai em frente, não para
Que a vida não dá sopa
Colhe fruto que na polpa
Se lambuza e faz sujeira

O que enxerga no caminho
Lhe diz pouco do futuro
Firma o passo e fecha a boca
Fortalece teu juízo

O que ficou daquele tempo que passou
Tá no peito e nunca se d

Em terra de valente
Onde se viu fumaça
Ilumina uma estrela
Que é a guia de Oxalá

Onde mora santo forte
Nasce amor da terra seca
Move pedra que é pesada
Tira o rio do lugar

Tem guerreiro que desperta
Com tanto sangue na veia
Nem o canto da sereia
Se