Olhos vermelhos, saliva engasgada
Vejo no espelho a tristeza estampada
E mais um dia, em algum lugar
Desejo jogar tudo pro ar

Meus pés e dedos não tocam no chão
Me sinto numa jornada sem direção
Deixando a densa mare me levar
Querendo até me afogar

Mais agora

Um brado me arde no peito
Um anseio me queima nas quatro estações
Gritar aos céus que eu sou livre
Sou livre ao menos nesta manhã

Blefar na cara do medo
Sentir que não preciso de sermões
Afirmar que a escolha é minha
É minha ao menos nesta manhã

Não lembrar do

Tempestade vem do rio
Pra mexer, pra balançar
Com os medos e certezas
De quem diz saber nadar

O agito da maré
Anuncia um inundar
E convence o marinheiro
De que até bom marujo
Pode se afogar

Entorna, entorna
A água tá subindo e vai transbordar

Ent

Sente o tambor
Sente o tambor
Sente

Meu corpo é blindado, o meu passo é alado
Não caio em cilada para me afundar
Não tente afronte, escute o que eu falo
Pois tô predestinado para me safar
De golpe, ataque, palavras de araque
Armadilhas em vão pra me derrubar

Quem se prova, prova nada
Não há queda sem caída
No caminho, caminhada
Se tem força, recaída

A palavra de um guerreiro
Não se ouve nem se cita
Porque o dito não falado
Vale mais que o faladeiro

Se prepara pra jornada
Veste a luta de si mesmo
Quem guerr