Quando a noite na mata chegar devagar
O bicho se deita no ninho pra acalentar
Filhote que pede calor à mãe natureza

Oiá! Oiá! Oiá! Oiá! Oiá!

Quando o dia na mata chegar devagar
O bicho levanta do ninho para caçar
Comida que vem saciar a fome da mata

Oiá! Oiá! Oi

É sempre verdade
A palavra de um amigo
Quando ouvimos
Num instante de aflição
A vida tem
Os seus mistérios
Provérbios
Abertos à exploração

Vênus, urano
Mercúrio e saturno
Marte, Netuno
Júpiter e plutão
A estrela
Brilha no círculo
Aplausos

Balancê, balançar
Eu balancei o meu amor
Na rede no varandá

Eu balancei
O meu amor na minha rede
Que a gente "tava" com sede
Querendo se balançar
E no balanço do amor
Eu fui chegando
Meu amor me esperando
Pra gente se embalar

Balancê, balançar

<

Para, pará, paruê
Para, pará, paruá
Para, pará, paruê
Paruê, paruê, paruê, paruá

Eu queria que chovesse
Três noites sem parar
Pra ver nessa trovoada
Nosso amor recomeçar

Pois a seca arrasou
Com a nossa união
Vim embora pra São Paulo
Trabalhar na co

Quando a lua revela
O desejo
Seu beijo de essência
Amazônica
Tem sabor brasileiro
E natural
Na fonte latente
Do meu carnaval

Canção morena
Minha pedra ametista
Traz na fornalha
A porção de alquimista
Sereia dengosa
Nesse mar de corais
Faz

Tu és recife dos coqueiros casarões
Que ilumina três poetas, dois pintores
Nesse cordel tem Casa Grande & Senzala
Um Freire na jangada, navegando por aí
Potro malhado, prado, léguas, caiporas
Galo castrado, tatu-peba e pitombeiras
Quanto brasão, na gameleira, macaxeir

Vem cá menina
Quero vê você dançar
Dance macio
Deixe o corpo rebolar
Vem cá menina
Quero vê você dançar
Mexe gostoso
Não deixe o fogo apagar

Esse corpo tão cheiroso
Faz um homem se dar bem
É um tanto buliçoso
E quem não quer bulir também

No zig

Meiga como o azul
Clara como a lua
A flor do desejo
Quer desabrochar

No galho do sapoti
No prato tacacá
O segredo parte
Por todo lugar

Alegrar, explodir
Quer te namorar
Nas terras
Do teu corpo brotar

Represar, resistir
E deliciar
Nos

Águas americanas, norte, centro, sul
De raízes africanas, garras de Zulu
Soviéticas, desertas na Sibéria
Indianas, Ganges, paz, hindu

País marajoara, solo da Amazônia
Velho Chico, Paraná, Rio Jequitinhonha
Tem Colorado, Mississipi, Orinoco
Elba que navega, se requeb

Calcular a ternura do cenário
Aproveitar a doçura e o desalento
Retrair a ressaca do mar enciumado
Ser mais veloz do que nós, superstição
Tocar nas verdadeiras ramas da fulô
No sol, na chuva do casamento da raposa
Lavar o cérebro do pequeno locutor
Naufragar a nau pir

Meu São João
Meu São João
Ai que saudade
Das meninas do Sertão

O milho assado
A pamonha e a canjica
E sanfona na quadrilha
Pra manter a tradição

Quero beber
E dançar a noite inteira
Com a morena forrozeira
Perfumando esse salão

Moreninha dos meus sonhos
Teu olhar me faz sofrer
Sou gamado nos teus olhos
E só tu é que não vê

Se eu fosse o luar
Clareava os olhos teus
Pra que tu só enxergasses
O amor que tem nos meus

"Ô moreno" dos meus sonhos
Teu olhar me faz sofrer
Sou gamada n

Lá no Sertão no Vale do Moxotó
A roça tá seca e a água escassa
O inverno já veio, porém não molhou nada
A cacimba não jorrou e o gado tá morrendo

O anum vai piando mais um pio de agouro
E a beata na capela vai rezando ao Padim

Meu Padim fez uma viage
E deixô meu S

Que som gostoso eu ouço em noite de lua
Linda canção que fala do povo na rua
É pernambuco cantando o poema da terra
Dançando a "ciranda" na guerra
Dos versos banhados de mar

"Ciranda" é dança da zona da mata
Lá no recife meu povo saudoso do janga
Sempre levanta um c

Navio apitou, me chamou
Lá pro meio do mar é que eu vou

Na balada do vento noroeste
Arrepia os cabelos de Nanã
Surrupia os encantos da sereia
E mareia o terreiro de Iansã

Uma boia de luz acendeu
Coração navegante da menina
Eu vou no balanço do navio
Mas eu

Nas entranhas da "canastra"
Nasce um grande aventureiro
"Nilo", nome milenar
Filho do solo brasileiro
Margeando o seu leito
As carrancas vão assustar
Nas lembranças, sinta voltar
A criança que está em você

São francisco é fauna, flora
São francisco é santo,

Cinzenta é a faca e a cor da louca vaidade
Que leva cartola, madame, biscate
Na busca da fama, fortuna e andor

Por isso meu canto revela vasta miséria
Presente nos vãos dos viadutos

O brilho retrata toda a aparência humana
E brinca com a massa carente, cigana
Num

Veja na beira da estrada a boneca rendada
Que Zeca Mulato, um debochado
Deixou pelo amor de Dona Leonor

Relembre o ventre daquela, donzela, quimera
Porteira, gibão, firmando o mourão

Légua marcada na forte lembrança da amada
Vingança que manda um caso aumentado
Pr

Cantava no quintal
Um passarinho
Foi num temporal
Que o vento carregou
Toda a fantasia
Em forma de alegria
De um pequeno
Beija-flor

Na alma de qualquer criança
Reluz um brilho amarelo
Bonito com o sol nascente
Carente de beijo materno

Madrigais

Pau-Brasil
Por dez vinténs vendo esse pau
Que o presságio deprecia na ilusão
De remoer desesperança
Tendo o medo em deságio

Com fuzis
Já fizeram várias naus
Muita tinta pro vigário embalsamar
As estruturas do mocambo
Sendo o manto umedecido

Pau-Brasil,