Lampião era menino
E conhecia meu avô
Meu avô era menino
E conhecia virgulino

E de alpercata de rabicho
Vira bicho lampião
Correndo com a volante
Na caatinga do sertão

E lampião se apiou
Lá no pé da serra
Disse não me entrego não
Tá declarada a gue

Da janela pro terreiro
Nem o verde dos seus olhos eu consigo ver
Sinto aquele nó no peito
Peço a deus a chuva pra ver florescer

Pra ver o sertão virar mar
Ver meu coração navegar
No verde que há em toda plantação
Que brota no chão e vem alimentar

Nossa gente d

há quanto tempo
já faz tempo, eu nem me lembro
que o meu amor partiu daqui sem me avisar
deixou um rastro de saudade no meu peito
não é direito meu amor me abandonar

e como um raio foi rasgando o firmamento
não deixou pista pra ninguém lhe encontrar
foi mais além qu

Eu daria, mais que uma vida
E nem pensaria
Se você me desse
O seu amor, sem medo
Sem nenhum segredo
Se entregar, sem fim
Todo o desassossego
Pra longe de mim!

Nesse instante
Mesmo que pareça
Nota dissonante
Estampa no rosto
A marca do desejo

na minha cidade
tem gente com fome
tem gente sem nome
até gente com dó de mim

gente brasileira
marcada pisada
de fé arraigada
seus santos e serafins

mas que já dá sinais de cansaço
de tanto descaso, mau-trato
de tanto sofrer, apanhar
em nome da sua

são sete léguas de chão
cortando a mata fechada
o céu da boca da noite
quando cospe a lua clara

bacurau canta de açoite
sandália sustenta a pisada
couro de calo se rompe
varando a noite gelada
todo pau de ponta é espinho
trilhando os caminhos
da vida ma

Ai teus zói !
Que clareia que nem luz de candeeiro
Alumeia com teus zói esse terreiro
Que hoje é noite de prosa e cantoria

Feito nota que harmoniza a melodia
E a rima que completa meu repente
Feito água que brota da nascente
E o sol que alumeia todo dia
Tú és br

arrasta a sandália
é cedo, não pára
não joga a toalha
que a caminhada não tem fim

destrava da sala
alcança a senzala
joga o teu olhar
pra além de mim

não é fogo de palha
se o caso é sério
não tem despautério
lugar pra engano
aquí que não há

só por saber
é que o tempo concede o perdão
só por você
é que estendo a palma da mão
mas pra ficar com morada no meu coração
é preciso ter paz
e com ela saber o caminho a seguir

é preciso ter paz, é preciso viver
é preciso deixar o cabelo crescer
conhecer o

o milagre só acontece
quando a prece
é feita com fé
Maria reza pra Zé
pai peça por mim
pois nunca pare seu Joaquim
que em algum lugar no mundo
é clarinho assim

é que nem
pirão de mulher párida
que louva a vida
feito oração
é que nem benção
p

Balacobaco do cabelo xamegado
de menina namorada na fogueira de São João
milho cozido na panela velha
B-Ó-BÓ improvisado, sussurrante coração

foi se chegando em pleno xote variante
saculejo jurubeba na vontade de colar
e a Dorotéia, caipira vacilante
desinteressadam