Iaiá, tira a renda do varal
Que é pra usar na Festa do Cantador
Iaiá, Iracema vai ficar só
E à noite a coruja vem cantar

Para anunciar a chegada do Curador do Além-Terra
Que vai levar sua alma
Presa a um lindo barbante prateado
E vai sarar os cortes, vai levar a mor

Pare pra resolver a dúvida
Duvide pra resolver o breu
Brecha de solidão
Entra também o sol
É só saber achar

Se por tanto manter se embriagou
Batalhe pra dissolver o nó
Nessa contradição
Entra também o chão
Melhor você descer

Arranque os pés do chão

Colo de candura, olhar de mel, Maria vem
Quando o céu se acende assim, Maria vem
Inda longe, o tempo muda, tem mais cor
Todo chão que ela pisa, flor

Pele de ternura, voz de leve, Maria vem
Quando o vento aumenta um tom, Maria Vem
Infinita luz divina, mente amor
Todo

Guarde o que for tristeza
Se vista de beleza
Porque eu quero (quero!)
Que você queira sambar

Eu quero tanto (quero!)
Quero que você queira
Porque eu quero (quero!)
Que você queira voltar

Eu sei
Não tá fácil a lida
Eu sei é tão dura essa vida
Eu sei

Saudade é um bicho feroz
Que rasga tudo
Te rasga todo
E fere no fundo da voz
É melhor calar
Melhor deixar
O silêncio falar

Teu corpo em dança se desfaz
O mundo gira
A terra ferve
Se eu der um trago ou gole a mais
É melhor calar
Melhor deixar

Geraldo nunca deu o caldo
Nem ouviu o laudo do doutor chinfrim
O saldo mês passado preocupou
Só que Geraldo se acalmou
Deu asas a um novo amor

Seu ponto forte
Os vizinhos todos sabem
É o trompete bem tocado
Na charanga do Auto Esporte
Onde é considerado

Você me dá espelhos com seus olhos
Miçanga em meu corpo são suas mãos
Você me dá adeus quando vai viajar
E quando vai voltar nem dá um sinal

Você me dá espinhos com suas rosas
Você me dá espantos em geral
Me dê a mim de novo o que sou eu
O amor que me deu queima-me