Os homens se arrastam
Seguindo as pegadas
De ingênuos acestrais

Litros de sangue fervente
Incomodam muita gente
Litros de sangue fervente
Incomodam muita gente

Nossos nobres proletários
Com fome e com fé
Definhando, estão à margem

Litros de sangue f

Senhor de vermelho
Abra o portão
Não me deixe aqui
Imploro permissão

Não quero mais relento
De onde veio essa água?

Meu caro hospedeiro
Tranca o portão
Deixa esse cabra
De joelhos no chão

Dá-lhe mais sofrimento
Longe leio essa mágoa

Uma (esta) voz
O trovão inquieto
Que ecoa de leste pra sul, noroeste
Vejo de longe este grito
Ouço o delicado sussurro

Vem de longe
Este mensageiro do vento
Vem de longe esta carta que trás as palavras que tocam minh'alma
Vem surgindo na linha do torto horizonte

Sobe um peito de ladeira e vira a esquerda dá com a cara na estação
Mameluco, mamulengo procurando grana pra comprar o pão
Quarta-feira, mameluco tá na feira
Rezadeira, benzedeira e maloqueira

Macumbeira faz a adivinhação
Tomate podre vira pão
Na mesa ninguém vê salmão<

Terra em cor de chão
Não me vem sair
Dedo em minhas mãos
Tortas e fortes
Raízes de quem plantou
Se subir me ver
Do seu caule olhar
Fuligem cheirando a champoo
Com cacos quebrados do piso

Não serei eu quem foi
Ter a folha do pé
Cair desta mania
De

Não existe amor de um só
Não se pode amar sozinho
Amor sem o outro não é amor
Amor sem o outro é somente dor

Acabo de notar que eu não quero mais você
Que somente eu que te amo e você não quer ver

Eu me declaro, eu faço tudo pr'o teu bem
Eu fui teu pai, teu filho,

Não vou sair daqui pra ver
Se o mundo já se foi

Então não vá dizer
Que eu que respondi por mim
Saí deixando-te pra trás

Um vizinho
Capaz de amparar
Os pingos de chuva
Que vem a calhar
Eu fui...

De mala nas costas, descalço eu fui (vou)
Deixando m