Soa no ar uma melodia
E já posso sentir na pele a maresia
Deixa sua assinatura de sal
Na cara, como uma pintura de cal

Abrindo a janela, o frio a memória esqueceu
No momento em que o peito apertado escreveu
No vidro gelado a vapor
Uma frase perdida de amor

Eu

Recebe este kandando com todo o agarimo que há no meu peito
Que o sol da minha terra pinte um arco-íris no teu cacimbo
Teu verde lindo, tão lindo
Teu verde lindo, meu kamba, na fala te sinto
.
Chega perto com a voz que do teu falar encanta-me o jeito
Que a chuva deste céu

Cabeleira de chuva, olhos de névoa
Maria silêncio, esfarrapada, à espreita
Sempre aguardando pela noite as vagas
Tua angúria fala com olhadas

Maria nocturna, no peirão, que esperas?
Pelo dia não vives?
Nasces cada solpôr? cais da primeira estrela?

Maria silêncio,

Quando o sol nasce na minha terra
Quando o sol nasce na minha terra
Raio branco rompendo o azul
Faz-me caminhar

O caminho é longo mas eu sou caminhante
Meu olhar só sabe olhar adiante
.
Quando vejo a gente da minha terra
Quando vejo a gente da minha terra
Bú