Foi numa mesa de truco
Eu e mais três companhêro
João Carrasco e Zé Açúcar
Também tava Zé Truquêro

Nós ia puxando tento
Tava valendo dinhêro
A sorte tava comigo
Comigo e com meu parcêro

João Carrasco nós sabia
Que era maçaroquêro
Pegô o baraio na mão

Lá naquela capoeira
Os passarinhos tão cantando
O seu canto anuncia
Que o Sol já vem raiando

Canta a rola na palmeira
Canta o sabiá mimoso
Também canta a juriti
Com seu canto mavioso

Como é belo no sertão a passarada
Quando vem raiando o Sol de madrugada

Minha moçada
Hoje é aleluia
E nóis vai fazê
Um baile na tuia
E nóis vai fazê
Um baile na tuia, ai, ai

Eu tô avisando
O arraiá inteiro
Quero muita moça
E um sanfoneiro
Quero muita moça
E um sanfoneiro, ai, ai

Escorei a tuia
Pra não balançá

Adeus minha gente, adeus minha terra
Adeus povo amigo do baixão de serra
Ainda hoje mesmo eu sigo viage
Eu vou me arrumá pra outras parage

Aqui é bem bão e tem boa gente
Mas eu tô querendo lugar diferente
E seja o que for e o que Deus quisé
Eu vivo sozinho, não tenh

Comprei um caco chapeado
E uma baldrana macia
Um cochinilho dos branco
Pra minha besta ruzia

Peitoral de argolinha
E uma estrela que brilha
Fui dar um passeio em Tupã
Só pra ver o que acontecia

E quando entrei na cidade
Com a besta toda enfeitada
O pov

Vamo boiada
Não deixe o carro Pará
Puxa na guia Penacho
Que lá no riacho nóis vai descansá

Vamo boiada
Não deixe o carro Pará
Puxa na guia Penacho
Que lá no riacho nóis vai descansá

Meu carro é de cabriúva
Cabeçaio de araçá
Eu fiz o eixo de piúva, oi,

Eu tenho meu boi Torino
De cochita de vermeio
Do pelo fino e macio
Que brilha e dá relampeio

Trato meu boi com centeio
E quando é domingo ele vai pro rodeio
Meu boi é valente, eu nunca vi gente
Que amontasse nele não fizesse feio

Meu boi Torino é pastor
Me

E lá na virada do morro
O boiadeiro se foi
Contente com o pó da estrada
Sentindo o cheiro de boi
Contente com o pó da estrada
Sentindo o cheiro de boi

Quando anoitece ele faz uma pousada
Sorta o gado na invernada pra seu corpo descansá
É madrugada, no cantar dos

Toco a boiada pro lado da serra
Na estrada larga beirando o capão
E os fortes cascos batendo na terra
Vão levantando a poeira do chão

Na frente o guia vai sempre atencioso
Toca a buzina chamando atenção
Pra disfarçar meu trabalho penoso
Eu vou cantando esta triste c

Comprei um burro picaço
De três ano mais ou meno
Na hora de dá o recibo
O tropeiro foi dizendo

Cuidado com esse macho
Esse bicho tem fama de ser perigoso
Por ter matado um peão
O nome do burro ficou criminoso

Joguei o lombilho no burro
O macho se estremece

O dia do caçador
Na obrigação não imagina
Não tem medo de geada
Nem de chuva, nem neblina

Travessa matas frondosa
Lugar que a araponga trina
Lagoa que a garça bera
Cachoeiras cristalina

Fui fazer uma caçada
No norte do Paraná
Eu levei minha espingarda<

Quando perdi a muié
Sofreu meu coração
Eu vendi tudo que tinha
E me arribei pro sertão
Levei comigo o filhinho
Espingarda e munição
E o meu cachorro lobo
Que era chamado Sultão

Ao precisar certo dia
De comprar mais munição
Deixei o fio no rancho
Com

Cantando eu vivo e viverei cantando
E quem não canta inveja de mim
Assim feliz o ano vou passando
Sempre cantando do princípio ao fim

Canto em janeiro quando é Ano Novo
Saudando o povo em festa matinár
Em fevereiro canto o mês inteiro
Me preparando para o carnavár</

Vendi a minha boiada
Passei a mão no dinheiro
Peguei a minha muié
E fui pro Rio de Janeiro

Fui conhecer a cidade
Como um bom brasileiro
Cidade maravilhosa
Mais linda do mundo inteiro

Vi tanta coisa bonita
Beleza de admirá
E fui num barco a motor
Na

Tenho um cavalo preto
Por nome de ventania
Um laço de doze braças
Do couro de uma novilha
Tenho um cachorro bragado
Que é pra minha companhia
Sou um caboclo folgado ah
Eu não tenho família

No lombo do meu cavalo
Eu viajo o dia inteiro
Vou de um estado pr

Eu comprei passagem pra seguir destino
Na Rede Mineira fui pra Ouro Fino
Fiquei recordando o tempo de menino
Que eu acompanhava as festas do Divino

Passei Pouso Alegre quando o trem apita
Daí a pouco tempo cheguei em Santa Rita
Tive em Itajubá, cidade bonita
Que é d

Vou pedir perdão a Deus
Pelo mal que um dia fiz
Mereço ser castigado
Eu não posso ser feliz

Pra morta Chica Morena
A fia do seu Simão
Que hoje sinto remorso
Dentro do meu coração

Eu era mais meu irmão
Dois violeiro arrespeitado
Nas festa da redondeza

Comecei há tempo trabalhar na estrada
Com um caminhão de dez toneladas
Um bom encerado e corda trançada
Com a ferramenta embaixo da almofada

Levo a minha vida sempre atribulada
Não tenho domingo feriado nem nada
O meu caminhão é minha morada
Na sua cabine eu faço po

Não posso dizer em versos
A história de minha vida
Levaria muito tempo
É uma história bem comprida

Eu passei horas amargas
Passei horas divertida
Eu já ri de alegria
Já chorei mágoas sentida

Esse mundo é mesmo assim
Tem tristeza e alegria
Dá momentos d

Até hoje ainda me lembro os discurso do doutor João
Seu eu subi como prefeito prometo de coração
Vou mandá arrumá as estrada e a ponte do ribeirão

Já ganhô, já ganhô!

Não há de fartá pros pobre escola, emprego, luz e pão

Já ganhô, já ganho!

Prometeu até uma viola